Com mais de oito décadas de vida, o decano tem vindo a somar louvores, medalhas e menções honrosas, dada a enorme obra feita em prol da solidariedade social, não só em representação da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros.
Dentro das inúmeras causas que abraçou e representou, foi o fundador e primeiro presidente da União das IPSS do distrito de Bragança (UIPSSDB), que lhe valeu, no passado dia 11 de maio, mais uma homenagem pública, aquando do 20º aniversário da União.
Tratou-se de uma homenagem muito sentida para todos os presentes, que reconhecem o seu valor, entrega e dedicação ao longo dos anos à causa social, servindo de exemplo para muitos profissionais ligados à solidariedade.
O provedor, com a humildade e modéstia que lhe são características, não escondeu a emoção e dedicou um agradecimento a todos os que o têm acompanhado ao longo do tempo, como é apanágio em todas as distinções que lhe são atribuídas.
“Esta homenagem é para todos aqueles que comigo colaboraram ao longo destes anos, pois também merecem. Tenho muito carinho por todos”, disse Castanheira Pinto, com uma plateia a aplaudir de pé todo o trabalho desenvolvido a favor do bem público.
Como qualquer boa surpresa, o pioneiro da UIPSSDB “não tinha conhecimento de nada”. “Quando assim é, ficamos bloqueados e não consegui dizer aquilo que deveria ter dito. Fiquei extremamente emocionado”.
A homenagem serviu para o provedor recordar que, há 20 anos, quando fundou a União das IPSS do distrito, as dificuldades com que as instituições de solidariedade social se deparavam “não eram tantas como as que existem atualmente”.
“Antigamente até era relativamente fácil, agora é complicado. A parte económica é complicada, as despesas são muitas, os rendimentos são poucos, os acordos de cooperação não são atualizados, os salários mínimos vão aumentando todos os anos e não sei o que será das instituições”, confessou o provedor.
Independentemente da dificuldade para gerir e representar instituições de solidariedade que se têm agravado de há 20 anos para cá, Castanheira Pinto nunca baixou os braços.
No que à Misericórdia de Macedo de Cavaleiros diz respeito, quando tomou posse em 1972, a única valência era o hospital, que, sob a sua égide, foi nacionalizado.
Fez ainda nascer um lar na cidade macedense e outro na aldeia do Lombo, reconhecendo a necessidade de apoiar a terceira idade, num concelho onde o envelhecimento da população não tem tendência a baixar.
Um visionário da causa social, o provedor já foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Mérito pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, em 2015. Além disso, a UMP atribuiu-lhe, em 2007, a Medalha de Mérito e Dedicação.
Voz das Misericórdias, Daniela Parente