A Misericórdia de Bom Jesus de Matosinhos celebrou aniversário com renovado arquivo histórico e admissão de 50 novos irmãos

A Misericórdia do Bom Jesus de Matosinhos comemorou a 25 de novembro o seu 411º aniversário com a inauguração do arquivo histórico da Santa Casa e a apresentação de uma pintura de Alfredo Barros. Uma missa pelos irmãos e beneméritos falecidos e a entronização de 50 novos irmãos foram outros momentos altos das comemorações.

De acordo com o provedor, Luís Branco, a importância que a Misericórdia assume no concelho faz com que haja “a obrigação de manter o testemunho para um dia o podermos transmitir às novas gerações e mantermos viva esta instituição”.

Para já o legado da Misericórdia parece estar assegurado, uma vez que no decorrer da sessão comemorativa foram apresentados 50 novos irmãos. Esta adesão é para Luís Branco o concretizar de uma das ambições da mesa administrativa que dirige: abrir a Misericórdia à comunidade. “A entrada destes irmãos, que acontece ao longo do ano, mas só agora recebem o diploma e o emblema da Santa Casa, é sinónimo de renovação. É preciso renovar, abrir as portas, para termos mais massa crítica e assim evoluir”, concluiu.

A inauguração do arquivo histórico da Misericórdia foi um dos momentos altos das celebrações, como fez questão de referir o provedor. “Procedemos a uma profunda remodelação do arquivo e com a ajuda de um mesário foi todo organizado”. Ao espaço, que apenas vai poder ser consultado por historiados e investigadores, foi dado o nome de “Rodrigues de Sousa, em homenagem a um antigo provedor que muito se dedicou ao aspeto cultural da Misericórdia”, referiu. 

Destaque ainda para a apresentação de uma pintura adquirida pela instituição para figurar no museu, da autoria de Alfredo Barros, antigo irmão e mesário da instituição, que representa o Papa Francisco e para quem foi enviada, em nome da Misericórdia, uma réplica.

No próximo ano a Misericórdia do Bom Jesus de Matosinhos espera consolidar vários projetos de requalificação de património imóvel e cultural. Entre elas estão as obras de restauro do museu para que as “peças de arte sacra em prata, mais de 800 quilos, e as centenas de paramentos” possam estar expostos numa lógica de “exposições temáticas”, para que todas possam ser apreciadas, disse Luís Branco. 

O salão nobre da Santa Casa foi o palco escolhido para os festejos do aniversário. A Banda Marcial da Guarda Nacional Republicana deu o acorde inicial para o que viria a ser um dia de festa, mas também, e segundo o provedor da Misericórdias, Luís Braqnco, "um dia com momentos de muito significado para a instituição".

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves