Foi sob o compromisso de a Misericórdia da Mealhada descaracterizar as marcas constantes nas peças de roupa contrafeitas que a ASAE entregou à instituição as cerca de três dezenas de camisolas, t-shirts e fatos de treino apreendidas durante uma ação de fiscalização.
Em declaração ao Jornal da Mealhada, Pedro Gaspar, inspetor geral da ASAE, reforçou que esta descaracterização tem de ser cumprida “rigorosamente”. Este pedido surge, explicou o inspetor geral da ASAE, pelo facto de a doação surgir de um crime de contrafação que “é uma atividade ilícita. Como é óbvio é proibida a circulação comercial destas peças”. Mas, continuou Pedro Gaspar, “ao darmos este destino, onde a roupa é descaracterizada, significa que estamos a dar um efeito bom a uma atividade má”.
João Peres, provedor da Santa Casa, agradeceu a dádiva, avançando à mesma publicação que “a doação recebida será dirigida aos mais carenciados” do concelho. O provedor reforçou ainda que as peças vão ser distribuídas pelos utentes da instituição e por todos os que procuram na Misericórdia alguma ajuda. “Nós estamos abertos à sociedade, não apenas a quem está na nossa instituição, mas também aos que nos procuram”.
Esta não foi a primeira vez que a Santa Casa da Mealhada foi comtemplada com uma doação deste género, sendo agora da responsabilidade dos técnicos da RLIS (Rede Local de intervenção Social) “fazer o levantamento das necessidades” para despois as equipas “fazerem a triagem e a respetiva distribuição dos bens mediante os critérios por eles determinados”, referiu João Peres.
Esta doação à Misericórdia da Mealhada surgiu no âmbito de um protocolo assinado entre a ASAE e a União das Misericórdias Portuguesas, em maio de 2018, no qual a ASAE se propõe a doar à União ou às Misericórdias bens apreendidos no decorrer das suas ações inspetivas.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves