A Misericórdia de Estremoz, no passado dia 11 de dezembro, foi palco da assinatura do protocolo de colaboração na conceção da oferta de serviços aos utilizadores do produto turístico “Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo”, entre a União das Misericórdias Portuguesas e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.
Como signatários estiveram o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, e António Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo.
O presidente da UMP mostrou-se bastante satisfeito com a assinatura entre as duas entidades e sublinhou que “as Misericórdias são instituições que estão vocacionadas para colaborar neste tipo de projetos. O turista, sobretudo o peregrino, o homem que anda a pé, gosta de ver coisas bonitas, gosta da nossa gastronomia, dos nossos vinhos, das nossas paisagens, e isso é uma ligação única que as Misericórdias cultivam ao mais alto nível”, referiu Manuel de Lemos.
O envolvimento das Misericórdias simplifica o acesso aos locais de referência e de culto através da sua abertura e auxilia no que diz respeito à organização de atividades programadas de acolhimento e de apoio.
Segundo António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, as Misericórdias são mesmo o grande parceiro. “De facto vão ter um papel decisivo no acolhimento aos peregrinos, na visitação ao património das mesmas e eventualmente, no futuro, as Misericórdias poderão avançar com a construção de albergues.” Assim sendo a obra de misericórdia “Dar pousada aos peregrinos” poderá ser recuperada ou reforçada neste projeto.
O provedor da Misericórdia de Estremoz acrescentou ainda que “a rota de Santiago é uma das mais importantes a nível mundial e com este acordo as Misericórdias serão um parceiro relevante na divulgação e promoção a nível regional e local”.
O projeto pretende estruturar, no âmbito deste território, a oferta turística assente em dois caminhos estruturantes.
O “Caminho Nascente” (Mértola, Beja, Cuba, Alvito, Viana do Alentejo, Évora, Alter do Chão, Estremoz, Sousel, Fronteira, Crato, Nisa) e o “Caminho Central” (Almodôvar, Castro Verde, Ourique, Odemira, Aljustrel, Santiago do Cacém, Grândola, Alcácer do Sal, Azambuja, Cartaxo, Santarém, Golegã) de modo a promover todos os recursos associados à vivência do culto de Santiago.
Contudo, foram identificados outros pontos de interesse e de importância histórico-cultural sobre a temática e, sendo assim, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo pretende estruturar variantes de ligação de marcação exclusivamente digital, designadas por “Caminho Central Alternativo”, variante de ligação desde Castro Verde a Santiago do Cacém via Odemira e Sines, e ainda variante de ligação deste Alcácer do Sal a Santarém via Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Coruche, Benavente, Salvaterra de Magos e Almeirim. E por “Caminho Nascente Alternativo”, variante de ligação de Mértola a Nisa, via Serpa, Moura, Mourão, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Vila Viçosa, Elvas, Arronches, Portalegre, Castelo de Vide.
António Ceia da Silva sublinhou a importância de estruturar os caminhos de Santiago no Alentejo e no Ribatejo. “Não tenho dúvidas que vai ser extremamente atrativo para o território. Vamos trazer novos turistas, melhores turistas e vamos ter claramente um maior rendimento per capita a nível do turismo, aumentando todas as áreas”, afirmou António Ceia da Silva.
A União das Misericórdias Portuguesas e a Entidade de Turismo Regional do Alentejo e Ribatejo seguem agora um longo percurso de “mãos dadas”. “É um casamento que não tem hipótese de divórcio”, sublinhou António Ceia da Silva.
Voz das Misericórdias, Ana Machado