A profunda intervenção, que teve início em abril de 2021, foi a primeira em séculos de história e contou com um telhado novo, teto restaurado, paredes, chão e ainda esplendorosas talhas.
A igreja da Misericórdia situa-se em pleno centro histórico de Monção e a inauguração aconteceu em maio, cerca de um ano após o início dos trabalhos. O templo religioso, situado na Praça Deu-La-Deu, encontra-se anexada à Casa da Irmandade.
Segundo o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Monção, Armindo Ponte, “a igreja necessitou de uma profunda intervenção em todos os setores, pois sucederam-se longos anos sem intervenção apropriada, ou atos desadequados, que deterioraram traços originais, alguns impossíveis de repor”.
Após esta intervenção, Armindo Ponte defende que “há necessidade de estabelecer regras e normas de funcionamento, que visem a preservação das condições, para que este templo possa exercer a sua função, com dignidade, e não se continue a delapidar património tão valioso”.
Os trabalhos demoraram cerca de um ano e o objetivo passa agora por “disciplinar a utilização, sem grandes adornos pomposos que até serão prejudiciais pelos danos a causar e pela sobreposição à beleza das talhas”, refere o provedor.
A obra teve ainda o apoio, a rondar os 200 mil euros, do Fundo Rainha D. Leonor (FRDL), que o provedor agradece pois foi “indispensável”. Por isso, o provedor deixa algumas palavras a Inês Dentinho, presidente do conselho de gestão do FRDL, pelo “entusiasmo, empenho, dedicação, carinho e incentivo, desde o primeiro dia, em que visitou, ainda sob perigo, esta obra, passando pelos elogios que foi deixando, em visitas intermédias, à forma como se vinham desenvolvendo os trabalhos, até este momento de júbilo”.
O município de Monção foi também lembrado pelo provedor da instituição, pelos “apoios somados” que constituem “grandes contributos” e ainda “pela contínua disponibilidade, nesta e noutras valências”. O pessoal da Santa Casa da Misericórdia de Monção foi também recordado pelo “esforço suplementar que tiveram, além das horas de trabalho, nos ensaios preparatórios e mormente as mãos habilidosas de um grupo mais dinamizador que, entre outros dias, aqui estiveram ontem, manhã, tarde e noite, no adorno e na criação das condições devidas, então acompanhadas das nossas mesárias”.
Armindo Ponte considera ainda que “há duas intervenções por cumprir”, uma delas prendendo-se com o mobiliário litúrgico – altar, ambão e cadeiral. A outra, mais a longo prazo, prende-se com um emblemático instrumento naquele templo. Esta segunda intervenção só poderá acontecer “após saldar os compromissos assumidos, a menos que surja algum ou alguns mecenas, pelo envolvimento de mais de centena e meia de milhares de euros, para colocar em funcionamento o órgão de tubos”, destaca o provedor.
Voz das Misericórdias, Joana Duarte