“Já andávamos com esta necessidade há algum tempo. A RLIS terminou e o concelho de Montemor-o-Velho ficou muito desprotegido”, declara Sandrina Tralhão, na qualidade de coordenadora do Gabinete de Inovação e Intervenção Social, estrutura que integra o recém-criado SAAS.
Após a extinção da RLIS, que funcionou entre outubro de 2016 e dezembro de 2019, “ainda tentámos dar a cobertura possível, com os recursos humanos que tínhamos, mas isso estava a tornar-se insustentável ao nível financeiro”, esclarece a animadora socioeducativa Sandrina Tralhão. Satisfeita com a aprovação do acordo que estabelece o SAAS, a respetiva coordenadora diz tratar-se de um serviço que assume as funções de atendimento e acompanhamento social, presencial ou domiciliário, a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade não “propriamente económica”, mas sobretudo no âmbito da saúde e do auxílio burocrático. Embora o SAAS também vise “prevenir e apoiar situações de comprovada carência económica e o risco de exclusão social”, este novo serviço proposto pela Misericórdia de Montemor-o-Velho privilegia um atendimento personalizado, promovendo a autonomia pessoal, social e profissional de quem ali acorre.
Na “ideia de acompanhar a família como um todo”, o primeiro passo da equipa do SAAS é um diagnóstico da situação familiar, “a fim de percebermos quais são as necessidades de cada um, inclusivamente na procura de emprego. O nosso trabalho não se esgota só com pessoas que tenham carência económica”, sublinha Sandrina Tralhão, notando que, “logo no primeiro mês de funcionamento do SAAS, foram atendidas cerca de 120 pessoas”, que solicitaram apoio alimentar e auxílio na aquisição gratuita de medicamentos, além de ajudas técnicas e de bens e produtos de primeira necessidade, principalmente para mães e bebés até aos 12 meses.
Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos