Lar-sede da Misericórdia de Montemor-o-Velho foi inaugurado após obras de requalificação com apoio do Fundo Rainha D. Leonor (FRDL)

As obras de requalificação do lar-sede da Misericórdia de Montemor-o-Velho foram inauguradas no dia 15 de julho, com o apoio do Fundo Rainha D. Leonor (FRDL). Construído no início do século XVI, o antigo hospital alberga atualmente a estrutura residencial para pessoas idosas e o centro de dia, que dão resposta a mais de uma centena de utentes.

Satisfeito com a concretização deste projeto, o provedor Manuel Carraco dos Reis adiantou ao VM as especificidades e exigências da reabilitação de um imóvel com estas características. “Sem o apoio do FRDL não teria possível proceder à reparação, pela exigência da qualidade do trabalho e a falta de profissionais qualificados nesta área. São paredes com 500 anos, as ombreiras das portas e as varandas são em pedra de ançã e não é qualquer pessoa que pode pegar naquilo porque esboroa-se. A empresa tem de ter competência reconhecida e isso trouxe dificuldades na seleção”, referiu.

A reabilitação incidiu sobretudo na fachada, “cuja pedra estava em franco processo de corrosão e deterioração”, lê-se no livro “Fundo Rainha D. Leonor - Obras nas Misericórdias”, compilação que reúne 143 intervenções realizadas em todo o país. Acresce a substituição do telhado e a recuperação de uma pintura mural do Senhor dos Aflitos, na fachada lateral do edifício.

Segundo a equipa do FRDL, esta intervenção “permite agora a criação de um circuito museológico que inclui a igreja, as referidas salas do Despacho e do Arquivo e, ainda, um núcleo museológico”, transformando o antigo hospital num “edifício digno, que reforça a imagem da Misericórdia de Montemor-o-Velho na sua praça central”.

Durante a cerimónia oficial de apresentação da nova fachada, a chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Célia Craveiro, enalteceu o papel da Santa Casa na área social, mas reforçou igualmente o seu contributo decisivo “na preservação do património e, neste sentido, todos os apoios são importantes para valorizar ainda mais a nossa história e identidade”.

A sessão contou com a presença de representantes da autarquia, entidades locais e Misericórdias do distrito de Coimbra, representantes da União das Misericórdias Portuguesas (Manuel Maia Frazão, do Secretariado Nacional, e Mariano Cabaço, do Departamento de Património Cultural), da vogal da Misericórdia de Lisboa com o pelouro do FRDL, Ângela Guerra, e de Inez Dentinho, membro do conselho de gestão do Fundo.

Ana Cargaleiro de Freitas, Voz das Misericórdias