A Misericórdia de Paris está instalada num espaço provisório após ter tido de abandonar, no fim de março, o local onde esteve durante 15 anos. Apesar das dificuldades, enquanto procura apoio, a instituição mantém o serviço à comunidade.

Ao longo de uma década e meia, a Misericórdia de Paris partilhava um espaço com outras estruturas, “através de um subarrendamento feito à Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa”, que recentemente “tomou a decisão de não renovar o contrato”, conta a provedora Ilda Nunes.

Daí, a Misericórdia explorou várias hipóteses para contornar a situação, como assumir a totalidade da renda, o que se revelou impossível. Face à situação fragilizada, contou com o apoio do Consulado-Geral assim como da Embaixada de Portugal em Paris para estabelecer contacto com representantes do meio empresarial português em França. Nesta procura por soluções concretas, a Misericórdia lançou a campanha ‘Clube 25 Empresas pela Solidariedade’ para tentar reunir o apoio de 25 empresas “que possam contribuir anualmente com mil euros ou mais”, de acordo com nota divulgada nas redes sociais da Misericórdia. A este esforço pela sustentabilidade da Santa Casa associaram-se nove empresas até ao momento, mas foi através da sensibilização do padre Nuno Aurélio que a Misericórdia encontrou um espaço temporário no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris.

“O futuro próximo será um período de reconstrução”, para o qual Ilda Nunes convoca as mais variadas entidades a contribuir para a sustentabilidade da missão da Santa Casa, entre elas a UMP. Esta missão mantém-se ativa mesmo em tempos mais difíceis, com a Misericórdia a assegurar “o apoio alimentar e social, a escuta ativa, o acompanhamento de situações de emergência e o apoio logístico a famílias em situação de dificuldade”, enquanto procura um espaço com condições para o seu funcionamento”, conclui a provedora.

Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira