Ao VM, António Sérgio Martins, provedor da Misericórdia, explicou que o facto de estarem num “concelho do interior do país com uma baixa densidade populacional e com um território muito deprimido” coloca à Santa Casa “vários desafios”, nomeadamente “o combate à solidão dos idosos”.
Foi precisamente sob essa premissa que surgiu o “Encurtar Distâncias”, um projeto “completamente fora da caixa, que vai muito além do apoio tradicional prestado, vamos focar-nos em trazer estas pessoas para a comunidade, envolvê-los num processo produtivo em que valorizamos as suas vivências e os seus saberes”, explica.
Numa primeira fase, o projeto, que conta com uma equipa multidisciplinar, vai identificar pessoas que se encontrem em isolamento, fazer um levantamento das histórias e saberes e desenvolver atividades terapêuticas individuais e coletivas.
A ideia, contou o provedor, passa por “depois conseguirmos colocá-los a participar na produção de artigos artesanais, como a boneca Pampi, que será feita de trapos e vai ser vendida para angariarmos fundos”.
António Sérgio Martins relembra, no entanto, que “a Pampi vai ser a face mais visível de um projeto que vai fazer um acompanhamento diário a estes idosos” para “conhecer as suas dificuldades e ajudá-los a colmatá-las”. Além disso, através da boneca “os idosos vão perceber que o esforço deles pode trazer algum retorno à comunidade”.
O “Encurtar Distâncias” tem a duração de tês anos e uma verba alocada de 200 mil euros, sendo que 70% é financiado pelo Programa Parcerias para o Impacto – Portugal Inovação Social e os restantes 30% são assegurados pela autarquia local e a Farmácia Coroa, enquanto investidores sociais. Além disso, a rede de lojas Seaside é parceiro local garantindo a divulgação, distribuição e comercialização da boneca Pampi.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves