Ilda Nunes, provedora da Santa Casa de Paris, disse ao VM que as jornadas têm “sempre por tema uma preocupação sentida pela comunidade ou pelos membros da Misericórdia” e que servem, sobretudo, para “refletir sobre a preocupação sentida e pensar nas respostas mais adequadas” a dar a quem procura auxílio na instituição.
Este ano e face à pandemia que o mundo atravessa e aos efeitos que se começam a notar nas populações, o tema a abordar durante a conferência era “óbvio”, com Ilda Nunes a relembrar que “o vírus não distingue entre as populações” e que “os meios de defesa são muito desiguais entre os membros da comunidade que pedem ajuda à Misericórdia”, com muitos deles a não terem “meios para se defender”. Para além disso, continuou, “a angústia daqueles que estão longe dos seus familiares e na impossibilidade de poderem viajar cria maiores desesperos” nestas pessoas já por si “fragilizadas”.
A décima primeira edição das jornadas contou com a participação de Alexandra Esteves, especialista portuguesa sobre o papel das Misericórdias e dos efeitos sociais das pandemias, que abordou o papel e a ação das Misericórdias em tempos de epidemia, de Manuel Antunes da Cunha, presidente do Conselho Fiscal da Misericórdia, que focou a sua intervenção em questões relacionadas com “um certo esquecimento a que foram votados pelo país de origem os compatriotas a viver no estrangeiro em situação de dificuldade”, refere a provedora.
A sessão contou ainda com os psicanalistas António Lima Nogueira e Manuel Santos Jorge, também membros ativos da Santa Casa, que partilharam com a audiência algumas experiências e dificuldades sentidas pela comunidade portuguesa radicada em França no contexto atual.
As jornadas decorreram em formato online e foram emitidas a partir do Consulado-Geral de Portugal em Paris, contando para o efeito com o apoio técnico e parceria do LusoJornal. Segundo dados da Misericórdia, mais de 150 pessoas assistiram ao debate.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves