A Misericórdia de Paris organizou, no passado dia 12 de junho, as XI Jornadas Sociais da instituição este ano dedicadas aos efeitos da pandemia no seio da comunidade portuguesa. Pela primeira vez as jornadas foram transmitidas online através do youtube.

Ilda Nunes, provedora da Santa Casa de Paris, disse ao VM que as jornadas têm “sempre por tema uma preocupação sentida pela comunidade ou pelos membros da Misericórdia” e que servem, sobretudo, para “refletir sobre a preocupação sentida e pensar nas respostas mais adequadas” a dar a quem procura auxílio na instituição.

Este ano e face à pandemia que o mundo atravessa e aos efeitos que se começam a notar nas populações, o tema a abordar durante a conferência era “óbvio”, com Ilda Nunes a relembrar que “o vírus não distingue entre as populações” e que “os meios de defesa são muito desiguais entre os membros da comunidade que pedem ajuda à Misericórdia”, com muitos deles a não terem “meios para se defender”. Para além disso, continuou, “a angústia daqueles que estão longe dos seus familiares e na impossibilidade de poderem viajar cria maiores desesperos” nestas pessoas já por si “fragilizadas”.

A décima primeira edição das jornadas contou com a participação de Alexandra Esteves, especialista portuguesa sobre o papel das Misericórdias e dos efeitos sociais das pandemias, que abordou o papel e a ação das Misericórdias em tempos de epidemia, de Manuel Antunes da Cunha, presidente do Conselho Fiscal da Misericórdia, que focou a sua intervenção em questões relacionadas com “um certo esquecimento a que foram votados pelo país de origem os compatriotas a viver no estrangeiro em situação de dificuldade”, refere a provedora.

A sessão contou ainda com os psicanalistas António Lima Nogueira e Manuel Santos Jorge, também membros ativos da Santa Casa, que partilharam com a audiência algumas experiências e dificuldades sentidas pela comunidade portuguesa radicada em França no contexto atual.

As jornadas decorreram em formato online e foram emitidas a partir do Consulado-Geral de Portugal em Paris, contando para o efeito com o apoio técnico e parceria do LusoJornal. Segundo dados da Misericórdia, mais de 150 pessoas assistiram ao debate.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves