Monforte. O projeto ‘Monforte Sacro’, desenvolvido pela Câmara Municipal e pela Santa Casa da Misericórdia de Monforte, no distrito de Portalegre, foi distinguido pelo Museu da Polícia Judiciária com a atribuição do grande prémio SOS Azulejo 2022-2023 pelo “excecional nível da candidatura e contributo para a valorização do património azulejar português”. A cerimónia de entrega do prémio decorreu no Palácio Fronteira, em Lisboa, por ocasião das comemorações do Dia Nacional do Azulejo.
Inaugurado em outubro de 2023, em resultado de um investimento de cerca de 800 mil euros, que incluiu a reabilitação da antiga Igreja do Espírito Santo e todo o trabalho de catalogação e preservação de cerca de 15 mil azulejos do século XVIII que retratam a vida da Rainha Santa Isabel , o ‘Monforte Sacro’ fez renascer um património artístico riquíssimo no domínio da escultura, da gravura, da pintura a óleo e de azulejo, que estava guardado há mais de sete décadas em caixotes numa dependência da Misericórdia de Monforte, sua proprietária.
Considerado o mais completo e original programa iconográfico dedicado à Rainha Santa Isabel, este acervo azulejar passou por um rigoroso e exaustivo trabalho de inventariação, que durou cerca de dez anos e que foi realizado pela equipa da Câmara Municipal de Monforte. O inventário permitiu a identificação temática da totalidade dos painéis historiados e reconstituir o notabilíssimo revestimento integral da igreja.
Orgulhoso com o prémio atribuído a este projeto “bastante diferenciador”, o provedor da Misericórdia de Monforte, José António Rasquinho, destaca o reconhecimento de um trabalho exaustivo que foi feito durante vários anos para devolver à fruição um espólio “riquíssimo e valiosíssimo”, dando-lhe “dignidade e visibilidade”.
Para o presidente da Câmara Municipal de Monforte, Gonçalo Lagem, este prémio é representativo da importância deste projeto, que considera “relíquia e tesouro nacionais”, e que apresenta “todos os requisitos para receber esta distinção, porque passa pela defesa, proteção e valorização de um património azulejar nacional”, refere.
O projeto SOS Azulejo tem como parceiros a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Rede de Investigação em Azulejo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, a Universidade de Aveiro, o Instituto Politécnico de Tomar, a GNR e a PSP.