O muro, outrora igual a tantos outros, ganhou vida e nele agora contam-se as histórias das 14 obras de misericórdia: sete corporais e sete espirituais. Foi assim no Lar Santo António dos Capuchos da Misericórdia de Penafiel. Ali o muro outrora branco despertou para a arte urbana pelas mãos de Nuno Barbedo e Tiago Braga.
Street art. Assim se designa a intervenção. Apesar de algum receio, a mesa administrativa da Santa Casa de Penafiel resolveu desafiar os dois jovens artistas a “grafitarem” o muro do lar da instituição. “Houve algum receio de que a ideia não fosse bem acolhida pela comunidade, mas felizmente resultou em pleno dado as visitas que se deslocam à rua para apreciar o trabalho”, frisa satisfeito o provedor.
Além do embelezamento daquela zona, Júlio Mesquita sublinha que mais importante é a comunidade refletir sobre a importância do trabalho social. “Pretendemos fazer pedagogia e relembrar às pessoas do trabalho que realizamos diariamente em prol dos mais necessitados. Fazê-las pensar e pôr em prática o que cada uma das obras transmite”, sustenta o provedor. Para concretizar o trabalho, Nuno Barbedo e Tiago Braga tiveram acesso às fotografias que estiveram patentes na exposição sobre as obras de misericórdia no museu de arte sacra. Em cada imagem estão utentes da instituição retratados/fotografados para cada uma das obras de misericórdia.
O trabalho demorou cerca de dois meses a ficar concluído, tendo sido dada liberdade aos artistas para criar, apenas exigindo que as fotografias fossem passadas para o muro o mais fidedignamente possível.
Para ler na íntegra na edição de janeiro do jornal Voz das Misericórdias.