No âmbito do projeto “Misericórdia de Pernes com Portugal neste Natal”, realizado pelo quarto ano consecutivo, utentes, colaboradores, voluntários e membros da Mesa Administrativa colaboraram na elaboração da tapeçaria, este ano entregue a Ana Mendes Godinho, escolhida como a individualidade do ano na área da solidariedade.
“O nosso lema é cuidar com bondade” e é a necessidade que nos conduz à ação, para, acima de tudo, construir para os outros”, afirmou, na cerimónia, o provedor da instituição, João Maia Frazão.
“Esta instituição tem vindo a desenvolver o projeto ‘Misericórdia de Pernes com Portugal neste Natal’, unindo, em trabalho conjunto, utentes, colaboradores, voluntários e membros da Mesa Administrativa, dando cumprimento ao objetivo do projeto, que é o de reconhecer aqueles que se alinham com o nosso caminho de misericórdia, justo, humano e positivo”, disse ainda.
Maia Frazão deixou uma palavra de reconhecimento a todos aqueles que contribuíram, de uma forma ou de outra, “para a concretização desta atividade, marcando-a na vida da Misericórdia e na vida das pessoas que connosco estão e que reconhecem a nossa missão e responsabilidade em servir”.
“A Santa Casa da Misericórdia de Pernes, com mais de quatro séculos de existência ao serviço dos pobres e desvalidos, perdura, numa corrente de solidariedade humana, que se perpetua através da concretização das obras de misericórdia e da valorização da própria terra”, afirmou.
Nesse sentido, o responsável anunciou que está em curso um projeto habitacional “indispensável no combate à desertificação e na criação de uma bolsa para eventual seleção de recursos humanos, aproveitando assim as sinergias das entidades, serviços e instituições da comunidade”.
“Vamos criar um espaço em que possamos edificar novas habitações para fixar novas famílias na comunidade. A Misericórdia tem esta missão de ajudar a desenvolver a comunidade. Já temos terreno e projeto e, agora, queremos promover a dinamização do espaço que temos para fixar famílias. Estamos empenhados para que esta seja, rapidamente, uma realidade”, revelou.
Para Ana Mendes Godinho, as Misericórdias do país têm dado “um exemplo extraordinário ao mundo”: “estes momentos têm-nos mostrado que somos mesmo um país de impossíveis”, afirmou a governante.
“As Misericórdias estão a dar o exemplo ao mundo porque, em plena pandemia, a par da emergência, estão a trabalhar naquilo que é estrutural. E o investimento estrutural não pode ser paralisado por causa da pandemia. No meio de toda a dificuldade e desafios que temos vivido, o setor social tem estado na linha da frente do investimento e continua a ser o motor do desenvolvimento do território”, afirmou.
“Só posso agradecer a todos estes heróis que estão a fazer acontecer estes impossíveis no terreno”, frisou a ministra.
“Temos vivido tempos, coletivamente, muito exigentes e muito difíceis, mas que temos conseguido ultrapassar, sobretudo graças às heroínas e heróis anónimos que estão, dia-a-dia, ao serviço das pessoas. E vemos isso pelo número de pessoas que têm estado ao longo destes últimos meses nas várias respostas sociais de todas as instituições do setor social a responder a quem precisa, onde precisa e quando precisa, colocando a vida dos outros à frente da sua própria vida”, constatou, frisando que a sua presença nesta cerimónia em Pernes, é “também uma forma de agradecer profundamente a quem está nestes serviços”.
A governante recordou que “foi graças ao setor social que Portugal conseguiu ser dos únicos países do mundo em que, em nenhum lar, as pessoas foram abandonadas”, sendo isso demonstrativo de uma “grande capacidade de resposta em situação de emergência”.
Ana Mendes Godinho também manifestou a sua convicção neste setor como “o grande motor de resposta ao momento que estamos a viver”. É também o setor “que vai executar melhor os fundos que temos à nossa disposição”, afiançou, salientando que nos próximos anos será feito um investimento “massivo” de recursos públicos, nomeadamente com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Serei sempre a bandeira ao vosso serviço e cá estaremos, sem nunca baixar os braços”, concluiu.
Nos anos anteriores, a bandeira foi atribuída ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao futebolista Cristiano Ronaldo.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes