Ministra Ana Mendes Godinho esteve na Misericórdia da Póvoa de Lanhoso para conhecer a plataforma digital de gestão centralizada

A Póvoa de Lanhoso normalmente tem a si associado o subtítulo de “terra de brasileiros”, por conta dos muitos imigrantes que, no passado, bem-sucedidos, voltaram à terra, como o benfeitor-mor da Santa Casa local, António Lopes. No presente, aos poucos, a instituição ajuda a escrever um novo epíteto: “terra de tecnologia e inovação”. Foi este o mote que levou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a visitar a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso no dia 21 de abril. Ana Mendes Godinho visitou equipamentos, contactou com utentes e ficou a conhecer um projeto piloto da Misericórdia: a plataforma digital de gestão centralizada.

Desenvolvido pela Santa Casa da Póvoa de Lanhoso em parceria com a empresa NOS, a plataforma é uma grande base de dados “alimentada” em tempo real por uma série de periféricos, como smartphones, tablets ou equipamentos médicos com os quais os profissionais da Misericórdia lidam no seu dia a dia.

Implementada e já em serviço corrente no serviço de apoio domiciliário, a plataforma digital de gestão centralizada permite registos de pressão arterial, gestão de tarefas de limpeza e higienização ou fornecimento de alimentação, que ficam imediatamente disponíveis para a consulta da organização.

A partir de então, os dados não só estão mais seguros, como também servem para, depois de trabalhados informaticamente, disponibilizar de estatísticas em áreas tão diversas como saúde, recursos humanos ou gestão financeira. Isto representa uma enorme mais valia de tempo, de forma simples, ao acesso de um clique e possibilita decisões mais rápidas e acertadas, como salienta o responsável informático, Vítor Costa.

Na sessão de apresentação da plataforma, que decorreu no Theatro Club da Póvoa de Lanhoso, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) reforçou a ideia de que ferramentas informáticas podem potenciar integração social e coesão territorial. Para Manuel de Lemos, plataformas como a da Santa Casa da Póvoa de Lanhoso “adaptam-se às necessidades das pessoas e dos serviços da Segurança Social” e podem funcionar tanto” em Lisboa como na terra mais recôndita de Portugal com a mesma eficácia”.

Destacando o sentido de inovação da Misericórdia, o presidente da UMP vaticinou: “estamos aqui completamente disponíveis para continuar a trabalhar naquilo que é a nossa missão, ajudar as pessoas, criar empregos, criar indústrias sustentáveis com novas tecnologias”.

Também presente na sessão, o administrador executivo da NOS, Manuel Ramalho Eanes, garantiu que a solução está “pronta e ao dispor de todas as instituições de ação e solidariedade social”.

Já a ministra demonstrou-se agradada com a apresentação, tendo inclusive colocado perguntas sobre a possibilidade de adaptação das vertentes voltadas, por exemplo, da área da saúde, para as valências de educação. “Isto é exatamente o que temos identificado como um investimento estrutural do ponto de vista das respostas sociais e novos equipamentos sociais. Cada vez mais, o investimento tem que ser este e o Programa de Recuperação e Resiliência prevê exatamente um programa dedicado a estas novas respostas e equipamentos sociais, com pessoas conectadas e o digital ao serviço das novas respostas na autonomização das pessoas”, considerando a iniciativa como “um exemplo da ação social 4.0”.

Já o provedor Humberto Carneiro, entusiasta das novas tecnologias, afirmou querer olhar ainda mais para o futuro e falou mesmo acerca de soluções ainda mais ousadas no apoio à terceira idade, como cadeiras de rodas automatizadas que interajam em rotinas diárias quotidianas como a deslocação para o almoço em refeitório ou no convívio social. “Estamos na linha de frente, alinhados com o governo e com a sociedade civil”, concluiu.

Voz das Misericórdias, Alexandre Rocha