Ao jornal “Voz das Misericórdias” a diretora técnica da Misericórdia do Redondo contou que estes passeios surgiram porque “os idosos vinham a demonstrar que tinham saudades de sair à rua, da liberdade fora do lar”.
No Redondo, à semelhança de outros pontos do país, os idosos institucionalizados estão confinados desde março e apesar de receberem visitas regulares, segundo Rosário Madeira, “não é a mesma coisa”. A diretora técnica referiu que os utentes do lar compreendem tudo o que se está a passar e têm demonstrado um “espírito resiliente”.
Afinal, continuou, “são eles, mais que ninguém, que estão privados da companhia das pessoas de quem gostam, de ir aos locais que lhe são queridos, por isso tínhamos de fazer alguma coisa para minimizar isso”.
Assim, é através da janela da carrinha que os utentes da Misericórdia vão colmatando as saudades que sentem dos seus. Nas ruas e nas janelas das casas, “os familiares e alguns vizinhos”, que foram avisados pelas técnicas da instituição que por ali iam passar, esperam para os ver, “mesmo que seja através da janela da carrinha”. É assim desde que surgiram os passeios, há cerca de um mês, contou Rosário Madeira.
“Os passeios são curtos, para conseguirmos levar todos os idosos, vão sempre de máscara e a cumprir a distância de segurança e todas as regras”, o que não impede que cada passeio seja “uma lufada de ar fresco para estes idosos que estão confinados desde março”, explicou.
Segundo a diretora técnica, os idosos regressam destes passeios “mais animados, bem-dispostos”, mas também “emocionados” porque, “embora seja pouco, para o que eles desejam, estes momentos ajudam muito porque lhes enche o coração ver os familiares e os espaços que lhes são tão conhecidos”.
Até que tudo volte ao normal, a Santa Casa da Misericórdia do Redondo vai, conforme referiu Rosário Madeira, continuar a fazer “o melhor que conseguir, com estas pequenas iniciativas”, porque “sabemos que trazem alegria e conforto aos nossos utentes”.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves