Para animar os idosos confinados há sete meses, duas bandas filarmónicas atuaram junto ao lar da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz

Realizou-se no dia 18 de outubro, no lar da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, um concerto musical pela Banda da Sociedade Filarmónica Corvalense. Para o provedor, “o significado desta iniciativa é muito maior do que o ato em si” porque “estes idosos estão confinados há sete meses, sem realizarem os seus habituais passeios, as suas atividades, sem receberem a visita dos seus”.

Em declarações ao VM/Rádio Campanário, Manuel Galante afirmou que iniciativas desta natureza, tendo em conta a situação que o nosso País atravessa, podem ser consideradas de momentos únicos, destacando que na semana anterior o lar recebeu a Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense, “que também atuou para os nossos idosos.”

O provedor referiu ainda que “muitos dos jovens músicos que aqui estiveram esta tarde não têm a perceção da importância do que vieram aqui fazer hoje”. No cumprimento e na salvaguarda das regras ditadas pela DGS, “este concerto veio trazer a estes idosos esperança, uma coisa que deixaram de ter há muito tempo.”

De acordo com Manuel Galante, a proposta foi apresentada pelas técnicas da instituição, aceite pela direção uma vez que, segundo adiantou, “tudo o que pudermos fazer para minorar o isolamento em que os idosos se encontram, faremos e nunca é demais.”

Relativamente às condições físicas para a realização deste tipo de iniciativas, o provedor destacou que este espaço tem condições para acolher estes eventos, assim como há inúmeros lares espalhados pelo País que também o têm. No entanto, o mais importante é todos percebermos que “vamos envelhecer, durar mais tempo velhos e temos que criar condições para isso.”

Nesta conversa com o VM/Rádio Campanário, Manuel Galante fez referência à retoma de visitas aos lares. “Neste momento as condições são restritas e as visitas dos familiares a estes idosos são feitas através de uma vidraça.” Considerando a época do ano em que estamos, já está a ser preparado um outro espaço para receber os familiares dos utentes quando chegar o inverno, adiantou o provedor.

Relativamente às obras que estão a decorrer na instituição, o provedor explicou tratar-se “de uma obra de modernização do lar para adaptação às características dos idosos que estamos a receber, muito diferentes dos que recebíamos há alguns anos atrás, e que são agora mais dependentes.”

“Precisamos criar condições como se de um hospital ou de uma unidade de cuidados continuados se tratasse, porque na realidade, só assim facilitamos o trabalho aos funcionários que aqui estão e damos qualidade de vida aos nossos utentes”, acrescentou.

Manuel Galante, também presidente do Secretariado Regional (SR) da UMP de Évora, contou ainda como têm sido vividas as situações complicadas que se passam em lares de idosos, como por exemplo o surto de Covid-19, detetado na Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa.

“Temos estado todos muito unidos. Fazemos a ponte entre as Misericórdias e as entidades competentes, transmitindo as nossas necessidades em termos de equipamentos necessários à nossa atividade, equipamentos de proteção individual, entre outras. Estamos em contacto permanente com as Misericórdias do distrito, ajudamos a estabelecer contactos com a Cruz Vermelha, com a Segurança Social. Temos estado em sintonia com as necessidades que têm aparecido”, referiu.

Manuel Galante terminou garantindo que o SR tem “apoiado todas as Misericórdias no sentido da logística, na orientação, porque à distância pouco mais se pode fazer. Temos feito de tudo para proteger as instituições que, nesta altura difícil, estão a tratar de idosos. No entanto têm existido dificuldades em adaptar os espaços de forma a dar resposta assim como, em adquirir os equipamentos que por vezes são necessários e indicados.”

Voz das Misericórdias, Participação especial: Rádio Campanário