A Misericórdia escalabitana promoveu, no dia 9 de maio, o oitavo ciclo de Conferências em Economia Social, com o tema ‘Mudar para adequar’.
A iniciativa, que se realiza desde 2010, contou com a presença de José Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e do presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, que falaram sobre o “grande desafio” do envelhecimento da população e a necessidade de o setor social adequar as suas respostas a esta nova realidade.
Na sua intervenção, na sessão de abertura deste colóquio, o responsável da UMP alertou para o facto de o País estar a viver “um momento muito grave” em termos de evolução demográfica, uma vez que a pirâmide etária está praticamente invertida.
“A população portuguesa demorará 300 anos a dobrar de 10 para 20 milhões; demorará 35 anos a dobrar o número de pessoas com mais de 65 anos; e demorará 18 anos a dobrar o número de pessoas com mais de 85 anos”, fez notar Manuel de Lemos.
Segundo disse, há, então, que olhar o problema de frente: “não podendo fazer de Portugal um imenso lar, temos de mudar o paradigma. Ver o envelhecimento de uma forma integrada, encarando-o como uma nova etapa da vida e desenhar soluções apoiadas no apoio domiciliário”, concretizou.
Também para José Vieira da Silva importa “olhar para estes desafios em termos globais da sociedade e não como desafios de um segmento”.
Para o ministro não basta apenas centrar a solução nas respostas sociais ou no mercado de trabalho ou na economia. “É importante englobar todas as dimensões para chegar às respostas que necessitamos”, afirmou.
Para o ministro importa, pois, “agir a montante das respostas sociais”, fazendo uso “de todas as ferramentas” existentes visando “diminuir a percentagem de população que recorre a respostas de natureza institucional e aumentar a percentagem da população é servida por soluções do tipo domiciliário, de forma a “acrescentar vida aos anos que a vida nos acrescenta”.
Para Mário Rebelo, provedor da Misericórdia de Santarém, as instituições terão de se adaptar a este novo paradigma, adequando as suas respostas e capacitando o seu quadro de pessoal. “As nossas respostas sociais têm de ser cada vez mais apelativas para todos aqueles que precisam dos nossos serviços”, concluiu.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes