A Misericórdia de Seia está a implementar um conjunto de práticas que resultaram da Academia de Competências, que decorreu na instituição nos últimos 20 meses, envolvendo 16 funcionários de diferentes chefias.

A Academia de Competências surgiu no âmbito de uma candidatura, apresentada pela Misericórdia de Seia, ao “Eixo 4 do Programa Cidadãos Ativ@s – Reforçar a capacidade e sustentabilidade da sociedade civil”, financiada pela Islândia, Liechtenstein e Noruega e gerida pela Fundação Gulbenkian.

A candidatura, de cerca de 20 mil euros, é financiada em 90% e insere-se na estratégia da Misericórdia de Seia de apostar na formação dos seus trabalhadores. Segundo o provedor da instituição, Paulo Caetano, o objetivo é “capacitar as diferentes chefias para que pudessem estar mais bem preparadas para atuar pessoal e profissionalmente”.

A Academia de Competências funcionou de maio de 2022 a dezembro de 2023 e já teve resultados práticos. De acordo com Paulo Caetano, no plano de atividades da instituição para 2024 já foi incluído um plano de formação interna, que teve o mérito de ser proposto “de baixo para cima”.

Outro dos resultados práticos da Academia de Competências foi a realização de um concurso de ideias, que já teve a sua primeira edição, onde foram apresentadas várias iniciativas para desenvolver na instituição, como a criação de um serviço de acompanhamento pessoal e remoto no domicílio, a criação de um clube de amigos na área da demência ou a análise de duas importantes problemáticas: burnout na população ativa e ansiedade nas crianças e jovens. O Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental foi outras das ideias a concurso, todas analisadas por um júri externo à instituição.

Da Academia de Competências resultou ainda a criação de manuais de crowdfunding e de fundraising, como alternativas de financiamento a um setor “que vive muito dos apoios do Estado e do mecenato”.

A elaboração de um plano de comunicação, para comunicar interna e externamente, foi outro dos aspetos práticos que a Academia proporcionou à instituição, através dos 16 participantes que, segundo o provedor, “melhoraram a sua motivação, quer para a liderança quer na sua intervenção para o desempenho.”

Um projeto que valeu a pena e que deixou sementes que estão já a germinar porque “criou este espírito de capacitar, promover a mentoria e a liderança, consubstanciada na capacidade dos trabalhadores”, remata o provedor.

 

Voz das Misericórdias, Paula Brito