Um grupo de mulheres organizou uma campanha para apoiar as Misericórdias

O movimento SOS.Covid19.Portugal está a angariar fundos para adquirir equipamentos de proteção individual para as Misericórdias, desde o dia 2 de abril. Em menos um mês, o movimento da sociedade civil angariou 47 mil euros e adquiriu 12 mil máscaras, 1900 FFP2, 10 mil viseiras, 6500 botas, quatro mil toucas, 3100 luvas e 2900 batas, para entregar nos lares de idosos e unidades de cuidados continuados das Santas Casas (dados de 30 de abril).

A iniciativa coordenada por oito amigas foi criada com o intuito de “ajudar o país num momento tão incerto”, primeiro apoiando os profissionais de saúde dos hospitais do SNS e, numa segunda fase, visando as Misericórdias.

Segundo Mariana Roque do Vale, uma das fundadoras, o objetivo é proteger os idosos e todos os que lhes prestam cuidados, funcionários e voluntários. “Queremos cuidar daqueles que sempre cuidaram de nós e que nem sempre têm a visibilidade merecida”, resume a empresária, que nas últimas semanas dedica o seu tempo à compra e distribuição dos materiais de proteção, em articulação com a UMP.

Para o presidente da UMP, Manuel de Lemos, toda a ajuda é preciosa. "Foram pessoas como a Mariana e a equipa dela que nos ajudaram a salvar muitas dessas vidas e por isso o nosso agradecimento é total", reconhece.

A campanha de angariação de fundos continua a decorrer nas redes sociais (Instagram e Facebook) e plataforma de crowdfunding (https://www.gofundme.com/f/soscovid19pt), alicerçada numa estratégia de comunicação que compreende todo o processo, desde a angariação à aplicação das verbas.

Com o mote “somos todos esta causa”, lembram diariamente o impacto das ações individuais no bem-estar dos idosos, partilhando de forma articulada com a UMP (Youtube e Facebook), testemunhos de reconhecimento e gratidão das Misericórdias.

“Tem sido incrível a ajuda que temos recebido de particulares, empresas, até pessoas no estrangeiro. Recebemos doações de um euro a mil euros, todas podem fazer a diferença. Mas por muito que seja, verificamos no terreno que é sempre pouco para as necessidades das Misericórdias”, admite Mariana Roque do Vale.

A motivação não esmorece, apesar do desgaste físico e entregas de materiais de proteção em todo o país. Por isso, reforça o repto: “Queremos ajudar enquanto continuarmos a ser úteis e uma mais-valia para as Misericórdias”.

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Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas