O folclore identifica uma comunidade através das práticas populares e culturais transmitidas entre as gerações. Por isso, o XXIII Festival de Folclore, realizado pelo Rancho Folclórico da Misericórdia de Soure, na noite de 20 de julho, reforçou o objetivo de “manter a tradição, para que esta gente mais nova possa também perceber um pouco as vivências e as dificuldades de outros tempos, comparando com o que hoje vivemos”, afirma o provedor Manuel Ramos Martins.
“Procuramos diversificar a representatividade por regiões”, diz-nos o provedor da Misericórdia de Soure, o qual, juntamente com outros dois mesários, também integra o rancho folclórico da instituição, sempre “atento à regeneração do grupo, procurando motivar os mais novos”.
Nesta edição do Festival de Folclore, que aposta na expressão ibérica, foram convidados a participar, além do grupo sourense, o Rancho Folclórico de Canelas (Vila Nova de Gaia), o Rancho Folclórico e Etnográfico da Vila de Pias (Ferreira do Zêzere) e, de Valladolid (Espanha), La Agrupación Tradicional ‘Virgem de los Aguadores’.
Na sua 23.ª edição, este festival anual (só interrompido durante a pandemia de Covid-19) privilegiou a temática do trabalho agrícola da apanha da azeitona, tradicionalmente brejada (varejada nos ramos da oliveira) com uma vara.
“O nosso grupo tem vindo a crescer, mas tivemos muitas dificuldades no início”, conta o provedor, sublinhando a vontade coletiva de “regenerar o rancho folclórico, apesar de não serem muitos os jovens que gostam de aderir a isto”. “Fazemos um grande esforço, mas o rancho mostra que está, efetivamente, revigorado, envolvendo pais e filhos”, observa este dirigente, assumido “entusiasta pela dinâmica cultural” no Baixo Mondego, perfilhando “a componente social e solidária, que serve de matriz a todas as Misericórdias”.
Vitalino José Santos, Voz das Misericórdias