Entre os 330 vacinados na Misericórdia de Barcelos, a 6 de janeiro, contam-se dois utentes, recém-chegados do Hospital de Santo António, na sequência de um apelo feito junto de Misericórdias e outras entidades para acolher doentes de hospitais públicos com alta clínica. Eduardo Ribeiro, 83 anos, e Júlia Carvalho, 90 anos, receberam a primeira dose da vacina da Pfizer-BioNTech juntamente com os utentes e colaboradores de quatro estruturas residenciais para idosos (Lar de Santo André, Lar da Misericórdia, Lar Dona Leonor e no Lar do Centro Social Comendadora Maria Eva Nunes Corrêa) e unidade de cuidados continuados.
Para o provedor Nuno Reis, a vacinação representa um “ponto de viragem no controlo da pandemia para que no futuro seja possível retomar as visitas, rotinas e proximidade com as famílias”. Alerta, contudo, que esta é uma “esperança cautelosa”, perspetivando 2021 como um “ano difícil”, onde será necessário manter todas as precauções.
A simbolizar este recomeço, que se traduzirá na retoma das rotinas suspensas, destaca a “história com final feliz” de integração de Eduardo Ribeiro e Júlia Carvalho no Lar de Santo André e Lar do Centro Social Comendadora Maria Eva Nunes Corrêa, respetivamente.
A vida de Eduardo e Júlia mudou drasticamente na transição de 2020 para 2021. Não tanto pelo vírus, mas pelas medidas tomadas para apoiar o SNS no combate à pandemia que permitiram dar resposta residencial aos doentes sem enquadramento familiar, que aguardavam vaga nos hospitais públicos.
A transição da vida hospitalar, no Porto, para a residência em lar aconteceu na primeira semana de dezembro de 2020 e segundo o provedor “está a correr bem em ambos os casos”. Em apenas um mês, ambos podem congratular-se pela nova morada e pela vacina que, num futuro próximo, lhes trará a imunidade e normalidade há muito desejadas.
“O Sr. Eduardo diz-nos que está muito feliz e contente por estar num lar, criou boa empatia com os colaboradores, agradece muito o carinho que lhe têm transmitido”, congratula-se Nuno Reis. A “dona Júlia”, como já é conhecida por todos, foi uma das primeiras a ser vacinada na estrutura residencial que a acolheu e ditou o acaso que regressasse à cidade onde nasceu, mais de cinquenta anos depois de partir na juventude. “A dona Júlia é natural de Barcelos, filha de uma família numerosa, que emigrou jovem para uma das nossas ex-colónias e que estava a viver numa ilha social, no Porto, antes de ser internada no Hospital de Santo António”.
Aguarde os próximos capítulos desta “história com final feliz” no jornal mais próximo de si.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas