SR Castelo Branco Apesar de não ser imediata, a vacina é o começo da solução e, por isso, trouxe grande esperança à comunidade das Misericórdias

A vacinação no distrito de Castelo Branco arrancou na Santa Casa da Misericórdia de Idanha a Nova, onde foram vacinados, no dia 5 de janeiro, todos os utentes e funcionários dos cuidados continuados e, no dia 7, todos os utentes do lar de idosos. “Com isso encerramos a vacinação total dos nossos utentes”, disse ao VM o provedor da instituição.

Joaquim Morão olha para o momento com grande entusiasmo. “É a grande esperança que nós temos, no sentido de esta grande tragédia que nos está a acontecer que é a Covid-19. E a grande esperança é que a vacina elimine, ou pelo menos minimize, este problema que estamos a sentir. No lar, tivemos um surto com alguma dimensão, esperamos agora que, com a vacina, consigamos ultrapassar o problema, nós e o país temos grande esperança disso.”

Em Idanha a Nova foi possível vacinar todos os utentes e funcionários na primeira fase, estando prevista a segunda fase ainda no decorrer de janeiro. Além de Idanha, o concelho de Penamacor, onde a Santa Casa não tem lar de idosos, nem cuidados continuados.

Poucos dias depois, a vacina chegou às estruturas residenciais para pessoas idosas e unidade de cuidados continuados (UCC) da Misericórdia do Fundão. Foi “uma enorme luz de esperança que acendeu”, referiu o provedor no dia em que começou a vacinação no lar Nossa Senhora de Fátima. Uma luz que se estendeu aos restantes lares da instituição, no concelho, com exceção do lar de S. Sebastião, na Capinha, devido à existência de um surto de Covid-19, na altura.

O presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, presente no momento que marcou também a vacinação nos lares de todo o concelho, admitiu alguma preocupação com a chegada tardia da vacina à região, precisamente devido ao facto da inexistência de surtos ser uma janela de oportunidade para a vacinação. “Com o passar dos dias e das semanas a vacina estava a tardar em chegar à Cova da Beira, e estávamos preocupados porque, numa situação como a que vivemos, estas instituições têm estas janelas de oportunidades, sem surtos, e a vacinação tem de ser rápida e eficaz, porque com um contágio tão forte na comunidade isso pode atrasar meses o processo de vacinação.”

José Dias Santos (na foto), 68 anos, desde setembro de 2018 na UCC da Misericórdia do Fundão, foi o primeiro a ser vacinado “contra esse vírus que anda aí que se chama o Covid-19”, disse na altura de tomar a vacina. “É uma proteção porque não evita o vírus, simplesmente, o vírus se vier já vem menos grave, é como as outras vacinas que apanhamos.”

O provedor da Misericórdia do Fundão, Jorge Gaspar, que também é presidente do Secretariado Regional da UMP em Castelo Branco, está mais “descansado” com os utentes e os funcionários vacinados, mas, o problema não se resolve no imediato. “Considero, de acordo com os especialistas nesta matéria, que é a solução para o problema. Uma solução não imediata, embora muita gente pense que tomamos a vacina e o problema fica resolvido, não fica. Mas é o começo da solução deste enorme problema, por isso é uma luz de uma enorme esperança que se acende aqui hoje na Misericórdia.”

Segundo Jorge Gaspar, são mais de 240 os utentes e mais de 150 os funcionários em lares e na UCC. “Pensamos que até final do mês teremos todos os funcionários e utentes das respostas sociais da terceira idade vacinados com a primeira dose.”

Os utentes estão todos informados, deram o consentimento para a vacinação, “estão todos a reagir bem e também consideram que esta é a esperança para lhes permitir sair deste período que foi terrível, para eles é que foi de enorme confinamento, foi de confinamento total, porque estiveram inclusivamente privados durante um largo período, de contacto com os seus familiares.”

Voz das Misericórdias, Paula Brito