Inicialmente programada para o Largo da Feira, a concentração dos participantes (uma centena de inscritos) foi mudada para a Igreja Matriz, passando a ser o local de partida e de chegada dos corajosos que percorreram, sob a borrasca, uma distância de nove quilómetros por trilhos campestres, o que seria uma caminhada de dificuldade média noutras circunstâncias.
Ainda na expetativa de uma aberta no céu cinzento, o provedor Adérito Manuel Galvão declarava ao VM que a Caminhada Solidária “é uma boa iniciativa, realizada pela primeira vez”, para reencontro da própria comunidade local, possibilitando angariar algum auxílio monetário extra, essencialmente, para as respostas sociais do centro de dia, no acompanhamento de pessoas afetadas por diferentes graus de dependência.
Entre as pessoas que ganhavam ânimo para enfrentar a chuva, falámos igualmente com as funcionárias Marina Lourenço (administrativa na Misericórdia) e Isabel Almeida (do serviço de apoio domiciliário), que aproveitaram um dia reservado ao seu descanso laboral para “vestirem a camisola” e aderirem a esta causa solidária. “Realmente, tivemos azar com a chuva”, expressou Marina Lourenço, satisfeita com a presença do filho Diego, um rapaz “habituado a correr, durante quase toda a semana”.
Um outro funcionário da instituição, Rúben Figueira, que procurava os melhores ângulos para o registo fotográfico deste encontro comunitário, não se afoitou na caminhada chuvosa, apesar de acreditar que as condições atmosféricas ainda se alterassem.
Às nove horas em ponto, o provedor Adérito Galvão agradeceu o empenho das pessoas diretamente envolvidas na organização do evento solidário e desejou “uma boa caminhada, de pleno convívio e de amizade”, aos arrojados participantes, que se mostraram muito atentos a “uma pequena explicação da parte técnica desta caminhada”. “É necessário ter algum cuidado nos dois ou três atravessamentos da estrada. Divirtam-se! Até porque chuva civil não molha militar”, gracejou o coorganizador Fernando Carvalho.
Dez minutos depois, começaram a sair da igreja “os corajosos que aguentaram o percurso todo”, como os designou a diretora técnica da Misericórdia, Sónia Monteiro. “Embora chovesse muito, os caminhantes não aceleraram o passo, mas iam em diversos ritmos. O último grupo a regressar estava com uma diferença de mais de meia hora, porque as pessoas, durante o percurso – sempre pelo campo e visitando vários sítios – brincaram com a chuva e usufruíram desse momento especial de convívio”, observou Sónia Monteiro. A Santa Casa da Misericórdia da Vila de Pereira dispõe de centro de dia, serviço de apoio domiciliário, centro de atividades de tempos livres e ainda uma unidade de cuidados continuados integrados de média e longa duração.
Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos