A Misericórdia de Vila do Bispo distribuiu alimentos e centenas de refeições diárias aos bombeiros e militares que estiveram no combate ao incêndio que deflagrou a 19 de junho, em Aljezur, e se alastrou aos concelhos vizinhos de Vila do Bispo e Lagos. A confeção e distribuição de refeições, ao longo de seis dias, contou com o “enorme apoio da população e equipas da Santa Casa, que fizeram doações e se voluntariaram para ajudar nos seus dias de folga”.
Ao VM, o provedor Armindo Vicente adiantou que este apoio decorre de uma resposta de proximidade desenvolvida em parceria com a Proteção Civil. “A Misericórdia é, desde os fogos de Monchique, a grande âncora do concelho porque tem uma resposta imediata. Temos uma estrutura bem oleada para responder à população e somos acionados quando é necessário”.
Nesta situação em concreto, aproveitaram a estrutura montada na cozinha central, que já serve perto de 800 refeições diárias, para duplicar, nalguns dias, o número de refeições servidas, com um reforço de mão de obra interna (técnicos, auxiliares, etc) em regime de voluntariado. “No sábado distribuímos 1200 refeições preparadas, no domingo por volta de mil, hoje [segunda-feira, 18 de junho] 800 e vai reduzindo até às 250/300, num total de 4 mil no total destes dias. Toda esta orgânica é habitual, mas agora teve mais impacto por causa dos incêndios”, esclareceu Armindo Vicente.
Da comunidade, vieram ainda 50 pessoas, sobretudo jovens, para ajudar na recolha e distribuição das refeições e alimentos (pão, fruta, sopa, refeição, água e barras energéticas) junto das equipas de combate aos fogos, a partir da central de abastecimento montada no quartel de bombeiros de Vila do Bispo.
Os excedentes desta ação solidária, provenientes de doações da comunidade, serão redistribuídos pela Misericórdia e pelos serviços da autarquia junto de famílias carenciadas, pessoas desempregadas e casos pontuais sinalizados, no âmbito do Fundo Europeu de Auxilio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC) e Banco Alimentar.
Recorde-se que este incêndio deflagrou em Aljezur e consumiu mais de 2000 hectares antes de ser controlado. Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, afirmou que o incêndio agravou a situação do concelho, numa semana “já de si complicada” por causa do surto de Covid-19.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas