Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), é, desde 26 de junho, irmão honorário da Santa Casa da Misericórdia de Gaia. A distinção foi atribuída por ocasião do 94.º aniversário da instituição, numa cerimónia em que se homenageou, também como irmão honorário, o ex-provedor Artur Almeida Leite. Foram ainda agraciados com medalhas de mérito ex-funcionários e utentes que completaram 100 anos de idade. A partir desta data, a Misericórdia gaiense passa a contar com 21 novos irmãos e três voluntárias. Os colaboradores que atingiram 25 anos de serviço foram reconhecidos com um relógio de pulso.

“Uma honra este reconhecimento como irmão honorário”.  Foi deste modo que Manuel de Lemos agradeceu a distinção, referindo ser “um homem de ação” que age sempre “privilegiando as pessoas”. Recuando à época Covid-19, o presidente da UMP voltou a lembrar a importância do setor social, em particular o papel das Misericórdias e dos seus colaboradores.

“Dizer que somos a almofada social é ser minimalista. A nossa almofada é cama, é mesa, é roupa lavada, é trabalho, é formação. E, sobretudo, é carinho, ternura e esperança”, confessou Manuel de Lemos. Para o presidente da UMP, é necessário “continuar a manter o estado de alerta e de preocupação”.

Numa alusão às dificuldades que afetam todo o setor social, fruto da inflação, do aumento dos custos com alimentação e energia e os “justíssimos” aumentos salariais, o presidente garantiu que continua “a acreditar que as Misericórdias de Portugal são incontornáveis para que a sociedade portuguesa seja mais justa e mais solidária”.

Também o provedor da Santa Casa gaiense, Manuel Moreira, reconheceu a importância de remunerações justas. “São pessoas a sentirem e a servirem pessoas e isso exige a devida qualificação dos nossos profissionais, que só é possível se lhes pagarmos bem, para estarem motivados a servir com qualidade, respeito, carinho e amor, como todos merecem”, assumiu o responsável, acrescentando que “as Misericórdias e IPSS querem e pretendem pagar melhor aos seus colaboradores, mas, para isso, é preciso que o Estado aumente significativamente a comparticipação pelos serviços prestados a tantos portugueses”.

O provedor da Misericórdia de Gaia lembrou ainda na sessão solene que Misericórdias e IPSS têm de se empenhar em soluções inovadoras para dar resposta aos desafios do envelhecimento em Portugal. “Temos todos que partilhar a mudança de paradigma e os recursos humanos são essenciais porque são o nosso maior património, nucleares para o nosso sucesso”, referiu.

As celebrações do 94.º aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia decorreram no Pavilhão Oliveira Lopes. Além das homenagens e intervenções das entidades convidadas, a sessão teve um momento musical, seguido de um porto de honra.