Vila Nova de Poiares | Investimento para melhorar e aumentar os serviços

Na sua intervenção, o provedor Manuel Lobo dos Santos (que, muito em breve, iria ser sucedido por Antonino Martins, ali presente) lembrou alguns marcos históricos da Misericórdia que, “embora existente há mais de 100 anos”, graças a um grupo de poiarenses radicados no Brasil, continua a ser uma instituição “jovem” no “seio deste nobre movimento que são as Misericórdias”, nascido há mais de cinco séculos.

Segundo o provedor, foi num contexto de muitas dificuldades que a instituição decidiu avançar com a modernização energética. Manuel Lobo dos Santos adiantou que, “também devido à degradação do centro de fisioterapia e por questões de segurança do edifício principal da ERPI”, se avançou para “a construção de um novo edifício, integrando a nova clínica de medicina física e reabilitação, uma nova lavandaria e, ainda, numa perspetiva de aproveitamento do investimento, um novo piso, com 26 camas”, tendo, igualmente, sido reforçada “a potência elétrica, com um posto de transformação”.

Como confessou o provedor cessante, “a vontade e a necessidade de iniciar as obras eram imensas”. Por isso, a Misericórdia de Vila Nova de Poiares deu continuidade aos projetos, “mesmo sem qualquer financiamento garantido”. Entretanto, “surgiu a oportunidade de apresentar uma candidatura ao Centro 2020”. Segundo elucidou este responsável, na candidatura “foi aprovada a contribuição do FEDER/Fundo de Coesão no valor de 369.824 euros, sendo o valor total da obra de 460 mil euros”.

Em 2019, a Misericórdia viu aprovada a candidatura ao Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL), na importância de 300 mil euros (valor máximo atribuído), destinada à clínica de medicina física e de reabilitação.

Já com as obras quase concluídas, a instituição poiarense beneficiou da aprovação da sua candidatura ao programa PARES 3.0 (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais de 3.ª Geração), “com um financiamento de 727.690 euros, mais tarde, reforçado em 194.051 euros”.

Ao intervir na cerimónia, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa realçou o contributo do FRDL na ajuda às Misericórdias em causas sociais prioritárias e inovadoras, como é o caso da nova clínica e do projeto de ampliação da ERPI, com mais um piso. “Inauguramos algo muito importante para o concelho”, salientou Ana Jorge, comentando: “Entre 2019 e 2024, não conseguimos melhorar as condições das pessoas que beneficiam dos nossos serviços, mas isso é possível.”

Por sua vez, a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, enfatizou o trabalho da equipa dirigida pelo provedor Manuel Lobo dos Santos que, durante oito anos e no período da pandemia, enfrentou dificuldades comparáveis às que sentiu enquanto governante: “Todos os dias, tínhamos de garantir que os mais frágeis estavam protegidos e em condições de bem-estar e conforto. Por isso mesmo, é sempre devida uma palavra de agradecimento a todos os representantes do setor social e solidário, especialmente aos colaboradores destas instituições que, no terreno, conseguiram garantir o seu funcionamento e que as pessoas estavam tão bem quanto o possível.”

Ainda durante a sua intervenção, Ana Sofia Antunes apelou à necessidade de se trabalhar em conjunto, envolvendo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Ministério da Saúde, para assegurar às pessoas “qualidade e resposta nos serviços de saúde” e “acolhimento nos momentos em que não há razões que justificam a sua permanência no hospital”, concluiu a governante, diante de um vasto conjunto de convidados.

Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos