Com o objetivo de melhorar as condições financeiras da Santa Casa e fixar por mais tempo quem passa por Vilar Maior, a Misericórdia pôs em marcha um projeto que surgiu há mais de dez anos, mas só durante a pandemia avançou: a construção de uma piscina pública.
Sem apoios financeiros, a Santa Casa decidiu vender uns terrenos remotos na região de modo a obter verbas para a obra que, no fim de tudo estar concluído, terá um valor a rondar os 150 mil euros. “A pouco e pouco estamos a conseguir terminar o projeto”, confessa António Bárbara Cunha, atual secretário e ex-provedor, ressalvando que os atrasos na conclusão da obra não estão inteiramente ligados às dificuldades financeiras, mas também à falta de mão de obra local. “É outro problema da desertificação humana que temos por aqui.”
A piscina abriu portas pela primeira vez em 2024, ainda com obras a decorrer. Este ano, para a obra ficar concluída, ficou a faltar o aprimoramento dos acessos, que poderá ter um custo a rondar os 10 a 15 mil euros, já incluídos no valor final da obra.
Havendo sempre espaço para melhorias, a construção de uma piscina para bebés está em mente. “Não temos ainda piscina para bebés, a ver se depois, com o tempo, lá chegamos”, revelou otimista o atual secretário.
Rodeada de espaços verdes e com uma dúzia de chapéus de sol, é possível aproveitar durante um dia inteiro o espaço, que se encontra aberto entre a segunda quinzena de julho e o final de agosto. O acesso tem um custo de dois euros e meio para a comunidade em geral e dois euros para irmãos da Misericórdia.
Mais de 3000 pessoas visitaram a piscina em 2024 e este ano prevê-se que o número seja um pouco maior, apesar do flagelo dos incêndios que afetou o distrito da Guarda no mês de agosto.
“Este ano mandei fazer mais ingressos, vamos lá ver como corre”, confessa António Bárbara Cunha que faz um balanço positivo do projeto, afirmando que a piscina tem ajudado a que quem visita a região fique por mais um tempo. “Em vez de irem para as praias fluviais o tempo todo, já vão ficando por aqui umas semanitas a mais do que o habitual”.
Ficou ainda uma promessa: “Se correr bem, se calhar para o ano abriremos os três meses de verão. Veremos.”
Voz das Misericórdias, Ricardo Bota