A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) reclassificou a Igreja da Misericórdia de Abrantes, tendo sido publicada, dia 07 de fevereiro, em Diário da República, a alteração de património com valor de interesse concelhio para património de interesse público.
A decisão surge após as obras de reabilitação da Igreja e da Sala do Definitório, no final de 2018, intervenção que foi apoiada pelo Fundo Rainha Dona Leonor, iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas, e pelo orçamento da Câmara de Abrantes.
Para além dos trabalhos de recuperação daqueles espaços emblemáticos, sublinha-se a relocalização dos seis quadros que formavam o antigo retábulo quinhentista - representando em pintura diferentes episódios da vida da Virgem e de Cristo -, atribuídos ao Mestre de Abrantes, dispersas nas paredes que agora podem ser observadas em conjunto na parede do lado direito da entrada principal.
Todo o altar-mor da igreja também foi intervencionado bem como a sala do Definitório que hoje se apresenta pronta a receber os visitantes.
“Esta aposta no património é muito importante porque é um elemento muito agregador com os nossos utentes pois são pessoas idosas e que tiveram uma educação sempre ligada à religião católica”, fez notar, na altura, Alberto Margarido.
A Santa Casa da Misericórdia pretende reforçar a parceria com a Câmara Municipal que prevê a visitação organizada de todos os espaços intervencionados.
A Câmara de Abrantes já manifestou publicamente a sua "satisfação" por esta reclassificação, tendo o vereador da Cultura afirmado que a mesma "decorre de um processo de valorização do património religioso que a autarquia tem preconizado nos últimos anos, em concertação e com o apoio de diversas entidades, entre elas a Santa Casa da Misericórdia", proprietária da Igreja em causa.
"É a consagração e reflexo de um trabalho continuado de valorização do património e que renova oportunidades de visitação", disse Luís Correia Dias, tendo feito notar que Abrantes tem ainda projetos de intervenção para a Igreja de São Vicente, Igreja de São João e Igreja de Santa Maria do Castelo.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes