Mário de Freitas, provedor, confidenciou ao VM que uma das coisas que o “preocupa é haver pouco material” que conte a história da Misericórdia, “uma casa secular, mas da qual ao longo dos anos não foram feitos registos”.
Foi então, durante uma procura por informações sobre a instituição que dirige, que Mário de Freitas decidiu criar a galeria de retratos. “Há uns tempos encontrei fotografias de alguns ex-provedores e lembrei-me de as colocar na secretaria e criar a galeria de provedores”. Com isto, diz o provedor, “queremos homenagear, de alguma maneira, os que por aqui passaram e dar a conhecer às gerações vindouras alguma da nossa história”.
A galeria de retratos conta para já com apenas “cinco fotografias”, mas as reações a “este pedaço de história” têm sido as melhores, afiança o provedor. “As pessoas quando vão à secretaria, pagar as suas quotas ou tratar de alguma coisa, veem as fotografias e ficam agradadas porque reconhecem os rostos e acabam a comentar e relembrar o que aquele irmão fez pela instituição. E isto ajuda-nos a criar a nossa história”.
Mário de Freitas considera que “este foi um dos primeiros passos dados para reconstruir a história da Santa Casa”, contando que já recorreram “a alguns historiadores” para os ajudarem “nesta demanda pela história da instituição, inclusive para determinar se esta Misericórdia é ou não do século XVI”.
Para Mariano Cabaço, responsável pelo Gabinete de Património Cultural da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), importa “valorizar o esforço que a Misericórdia de Alvor” está a fazer para reconstruir a sua história, afirmando que “é importante que (as Misericórdias) conheçam a sua identidade, o seu passado, para conseguirem construir um futuro e mobilizar as comunidades”.
Entre os anos de 1880 e 2017 a Santa Casa de Alvor conheceu 14 provedores, havendo apenas registo fotográfico de cinco deles.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves