Com a realização das obras, a Santa Casa não só irá restaurar o claustro e o convento, “devolvendo-lhes a sua traça original e valorizando os seus elementos arquitetónicos e decorativos”, como explica o provedor António Bento Barcelos, mas irá ainda distribuir vários serviços pelos dois pisos da estrutura do antigo convento.
Assim, serão criadas “as condições e instalações necessárias para 36 utentes em centro de dia”, uma novidade para a Santa Casa que permite “ajudar as famílias que terão um local onde os seus familiares possam ficar em segurança, regressando a casa ao fim do dia.” Além disso, serão instalados 12 quartos duplos para cuidados continuados, assim como três quartos duplos e um individual em ERPI, para sete utentes.
Desde o sismo de 1 de janeiro de 1980, que assolou várias ilhas açorianas e em particular a cidade de Angra do Heroísmo, parte do património da Misericórdia local nunca chegou a ser recuperado devidamente, como é o caso desta edificação. O conjunto do edifício (igreja, sacristia, convento e claustro) foi classificado como Imóvel de Interesse Público e património mundial pela UNESCO, em 1983. A igreja foi o primeiro alvo de intervenção, entre 2021 e 2023, com um apoio da autarquia que permitiu devolver este espaço de culto à comunidade.
Esta nova fase da empreitada para restituir à cidade “um importante edifício histórico” conta com o apoio do Governo Regional, num investimento que ultrapassa os sete milhões de euros e com uma duração prevista de 36 meses.
Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira