Está a decorrer a quinta edição do Ciclo de Órgão de Torres Vedras, uma coorganização da Misericórdia de Torres Vedras e da autarquia local. Num ano marcado pela pandemia de Covid-19, este festival assume-se, segundo o diretor artístico, como “um sinal de esperança para toda a sociedade, mas também como um momento de partilha e de conforto para todos os que assistirem".

O V Ciclo de Órgão de Torres Vedras é composto por três grandes concertos onde “o órgão histórico da Misericórdia, construído em 1773 por Bento Fontanes, é convidado a dialogar com outros instrumentos e realidades artísticas”, começa por explicar Daniel Oliveira.

Os concertos acontecem na igreja da Misericórdia e são comentados, o que confere “uma interação e proximidade única” com o público. O primeiro concerto aconteceu a 22 de novembro, “num espetáculo intimista”, em honra de Santa Cecília, que contou com a participação da violinista polaca Zófia Pajak, contou Daniel Oliveira, que também é organista. 

A 20 de dezembro será o coro da Escola de Música Luís António Maldonado Rodrigues a acompanhar o órgão da Misericórdia num concerto “pedagógico” que apresenta ao público uma “bela Missa de Carissimi”.

O último concerto vai decorrer a 24 de janeiro e junta o organista polaco Norbert Itrich e o Coro Notas d’Alta, composto por profissionais do Hospital Dona Estefânia. Segundo Daniel Oliveira, este é um concerto “mais emotivo, de homenagem e reconhecimento aos profissionais de saúde de todo o mundo que estão empenhados e têm feito um esforço hercúleo no combate a esta pandemia”.

Para além destes três grandes concertos, o V Ciclo de Órgão de Torres Vedras contou, ao longo de todo o mês de novembro, com concertos “À la carte” para dialogar “com a população à hora de almoço”, lembrou Daniel Oliveira. Durante cerca de 15 minutos e recorrendo a “um cardápio de 10 ou 12 músicas”, o público tem a oportunidade de escolher o que quer ouvir. “Chegámos a começar com Ave Maria, de Franz Schubert, e a terminar com a marcha imperial do filme Star Wars, é claramente o órgão a dialogar com as pessoas”, refere o diretor artístico do ciclo.

Na edição deste ano do Ciclo de Órgão e devido à Coivd-19, a igreja da Misericórdia tem lotação limitada a 39 pessoas, sendo necessário reservar com antecedência. Por causa desta limitação, Santa Casa e autarquia vão transmitir os concertos em direto através das respetivas páginas de Facebook.

Fotografia: Câmara Municipal de Torres Vedras

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves