A Misericórdia de Coimbra associou-se às Festas da Cidade com um programa cultural alternativo. As visitas noturnas ao espaço museológico da Irmandade e à torre mirante do Colégio da Sapiência são já um marco das comemorações e têm atraído cada vez mais visitantes. Foi nos dias 3 e 6 de julho.

Foi há três anos que, “inserida na estratégia de divulgação do museu”, a Santa Casa decidiu associar-se às festas da cidade e oferecer “visitas noturnas, gratuitas, ao espaço museológico e à torre mirante”, explicou ao VM o responsável pelo Museu da Misericórdia de Coimbra, Raúl Mendes.

Este ano foram mais de três centenas as pessoas que, depois dos concertos promovidos pela autarquia, rumaram ao espaço museológico da Misericórdia e à torre mirante para uma visita noturna guiada.

As portas do espaço onde outrora funcionou o colégio de São Agostinho, que acolhia órfãos, e que hoje dá abrigo ao espólio da Misericórdia de Coimbra, abriram-se às 23 horas. A visita, disse o responsável do museu, “levou as pessoas a ver a sala das sessões”, onde ainda hoje a Irmandade se reúne nos grandes atos, seguiram depois para o espaço museológico, “onde puderam apreciar, sobretudo, peças de paramentaria, de joalharia ligada à liturgia, pinturas barrocas e esculturas do renascimento”. Para Raúl Mendes, esta é uma “oportunidade única de vermos estas obras com luz diferente”.

A visita seguiu rumo à torre mirante, onde os visitantes desfrutaram de uma vista única sobre a cidade e “à meia noite assistiram ao fogo de artifício com uma vista privilegiada”, disse o responsável.

O objetivo desta iniciativa passa, segundo Raúl Mendes, “por dar a conhecer ao público o espólio da Santa Casa”. Referindo ainda que “o património da Irmandade conta a história da cidade” e, por isso, “faz sentido ser divulgado e partilhado com toda a comunidade, porque é impossível contar a história de Coimbra se não incluirmos a história da Misericórdia”.

O Museu da Misericórdia de Coimbra, inaugurado em setembro de 2000, está instalado num espaço monástico-escolar que pertenceu aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Foi classificado como Monumento Nacional em 1911 e integrou a lista da UNESCO do Património da Humanidade em 2013.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves