As sete pinturas a fresco, datadas da segunda metade do século XVI, estavam escondidas por telas barrocas e foram encontradas durante o trabalho de recuperação e restauro efetuado na igreja. Enquanto decorreram as obras foi possível apreciá-las, mas com o fim da empreitada de recuperação, os frescos voltaram a ser cobertos pelas mesmas telas.
No entanto, e segundo o provedor da Misericórdia de Évora, Francisco Lopes Figueira, a instituição quer valorizar e dar a conhecer ao público estas obras. Para isso aproveitaram a intervenção que foi feita na igreja da Misericórdia e o facto de os frescos terem ficado a descoberto para, “pela primeira vez, serem consolidados, restaurados e limpos, pois alguns mostravam sinais de degradação”.
Para além disso, continuou o provedor, “foram captadas imagens de vídeo e fotografia das pinturas”, o que vai permitir que sejam expostas no futuro núcleo museológico da instituição “através de conteúdos multimédia e interativos”.
Fazer com que as pinturas murais, que fazem parte da primeira decoração da igreja da Misericórdia de Évora, “não caiam no esquecimento”, é, segundo o provedor, um dos grandes objetivos da intervenção que foi realizada nos frescos.
O projeto do núcleo museológico da Santa Casa de Évora, que arrancou em setembro de 2018 e irá ter um custo que ronda os 300 mil euros, deve estar concluído “no final do verão de 2019, e vai ser dedicado à história da instituição e ao seu património histórico e artístico”, disse ao VM Francisco Figueira. O novo espaço vai ser contíguo à igreja da Misericórdia, que recebe anualmente mais de 30 mil visitantes.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves