Na inauguração da exposição, o provedor da Santa Casa anfitriã, Edmundo Martinho, destacou o apoio prestado às congéneres ao nível da reabilitação e valorização de um “património que é de todos”, adiantando estar a encetar esforços para desenvolver uma “iniciativa específica de apoio ao património das Misericórdias portuguesas no domínio cultural”.
Por sua vez, o coordenador nacional do Ano Europeu do Património Cultural (AEPC), Guilherme d’Oliveira Martins, elogiou o “envolvimento de todas as Misericórdias na perpetuação do património material e imaterial nacional” e desafiou as instituições presentes a manter esta preocupação após o término do AEPC.
Segundo nota informativa, a exposição organiza-se em três núcleos que têm como eixo comum a relação entre um edifício, um objeto e uma história. Esses mesmos edifícios partilham outra afinidade: o seu restauro foi apoiado pela Misericórdia de Lisboa.
Enquanto nos primeiros dois núcleos, esses edifícios são pertença da SCML ou de outras instituições, no terceiro núcleo as peças estão relacionadas com aspetos da história, tradições ou condicionantes sociais das Misericórdias apoiadas pelo FRDL.
A bandeira de Melgaço, a vara do provedor de Évora, a cruz do Senhor dos Passos de Abrantes, o receituário de Alenquer, o livro de atas de Buarcos, a escrivaninha-tinteiro da Lourinhã, a coroa do Divino Espírito, da qual Tomar é fiel depositária, e a imagem de Sant’Ana de Montemor-o-Novo são algumas das peças em destaque neste terceiro núcleo dedicado à “riqueza imaterial” das instituições.
Até ao momento, o FRDL apoiou dez Misericórdias na criação de núcleos museológicos e requalificação de igrejas, num valor que ultrapassa um milhão de euros. Além destes projetos, o fundo criado pela Santa Casa de Lisboa em parceria com a UMP apoiou, desde 2015, 90 Misericórdias, em todo o país (ilhas incluídas), num valor que ultrapassa os 15 milhões de euros.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas