A Misericórdia de Grândola celebrou 450 anos de existência com homenagens, inaugurações e uma novidade sobre o seu património. Os painéis de azulejo da igreja da Santa Casa vão voltar para Grândola após 100 anos.
Segundo o provedor, Horácio Pereira, os dois painéis representam “um dos mais importantes patrimónios históricos do concelho”. Os azulejos “pertenceram à primitiva igreja da Misericórdia de Grândola, construída em 1569, cuja pintura remonta ao século XVII (1665), pelo artista Policarpo Oliveira Bernardes”.
Vendidos há cerca de um século, os azulejos vão voltar para terra de origem.
Além do regresso dos azulejos, outras novidades marcaram os 450 anos. Naquele dia foi inaugurado o Centro de Convívio Irene Aleixo. O novo espaço tem, segundo o provedor, o nome de uma mulher cujo papel foi decisivo para “o desenvolvimento de projetos da instituição”. Irene Aleixo foi, entre outros, governadora civil de Setúbal, presidente do Centro Regional de Segurança Social e Comissária Regional da Luta Contra a Pobreza.
O centro de convívio tem assinatura do arquiteto Manuel Aires Mateus que, naquela sessão, foi homenageado com emblema de ouro e título de irmão honorário. Com as mesmas distinções, a Santa Casa de Grândola também homenageou três personalidades ligadas ao universo das Misericórdias: Manuel de Lemos, Vítor Melícias e José Silva Peneda.
O emblema de ouro foi também entregue a Ilda Maria Mendes, encarregada geral cuja “dedicação invulgar” deixa “um legado de amor, carinho e respeito”, e a Luís Filipe Castilho e Cunha. Entregue a título póstumo, esta distinção ao antigo presidente da mesa da assembleia geral visa destacar “a grande disponibilidade, dedicação e saber na ajuda da resolução dos problemas, o que faz dele uma das pessoas mais marcantes da história recente desta instituição”.
As comemorações dos 450 anos da Santa Casa de Grândola começaram com uma eucaristia presidida pelo bispo de Beja, D. João Marcos, que também procedeu à bênção do centro de convívio e de uma carrinha.