A Misericórdia de Loures associou-se ao Instituto de História da Arte (IHA), da Universidade Nova de Lisboa, e à Câmara Municipal de Loures na valorização e divulgação do património histórico e cultural do concelho. No âmbito desta parceria, dinamizaram, nos dias 11 e 12 de abril, o colóquio ‘Santo Antão do Tojal: A marca monumental num território rural’.

Em declarações ao VM, o provedor Duarte Morgado revelou que se trata de um “pequeno contributo para preservar a memória, estudar, conhecer, divulgar e, de alguma forma, recuperar em Loures esta identidade e amor próprio pela arte e património. A nossa Misericórdia é muito jovem e não tem património histórico e artístico, mas, através desta iniciativa, está a assumir a sua missão de ser, também ela, uma depositária da memória”.

Estas jornadas dedicadas ao património do concelho remontam a 2015, aquando de uma colaboração “informal” entre o IHA e a paróquia de Loures, a que juntou, mais tarde, a autarquia e a Santa Casa. Neste âmbito, já se realizaram colóquios e publicaram monografias sobre a igreja de Bucelas e a igreja matriz de Loures, seguindo-se, agora, o conjunto monumental de Santo Antão do Tojal, como “ponto de encontro do saber multidisciplinar de investigadores”, referiu o responsável.

De acordo com Duarte Morgado, este acervo “insere-se num território muito rico em termos históricos e um dos mais notáveis no país, pela proximidade à capital, pela presença da família real e patriarca de Lisboa, a partir do século XVIII. Estiveram aqui famílias importantes que fizeram encomendas artísticas e mandaram construir quintas, palácios, igrejas”, explicou, adiantando que muito “deste património está por conhecer e por estudar”.

Segundo nota do IHA, a escolha de Santo Antão do Tojal, na edição de 2025, deve-se à relevância do “conjunto arquitetónico, paisagístico, artístico material e imaterial, que se insere num território muito particular com ligações a Mafra e a Lisboa”. Este complexo monumental barroco compreende o chafariz, aqueduto, palácio, jardins e igreja.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas