Coordenada pela instituição e levada a acabo pela empresa Junqueira’220, a empreitada de restauro deste edifício do século XVI incidiu sobre o retábulo setecentista do altar-mor e a azulejaria que cobre todo o templo quinhentista.
Em declarações ao Voz das Misericórdias, o historiador Hugo Guerreiro afirmou que o tratamento do retábulo abrangeu a conservação e restauro das talhas, de modo a assegurar a sua estabilidade estrutural, físico-química e artística. A intervenção teve como base a eliminação dos fatores de degradação, a consolidação e reforço da estrutura fortemente debilitada, devido a ataque xilófago (térmita e caruncho), fixação e limpeza das policromias.
“Foi objetivo geral do restauro melhorar a leitura do conjunto, nomeadamente através da reconstrução de alguns elementos de talha em falta e reintegração das lacunas da policromia e dos novos elementos entalhados”, disse.
Durante a intervenção de conservação e restauro, contou ainda o historiador, foi encontrada uma pintura mural que deveria ser a pintura original da igreja quinhentista, com motivos geométricos e vegetalistas. “Também esta foi sujeita a uma pequena intervenção de consolidação e fixação, de modo a preservar as pinturas encontradas.”
Hugo Guerreiro deu também conta de que “todo o interior da igreja está revestido de azulejos figurados de cor azul e branca do século XVIII, obra da Oficina de Oliveira Bernardes, exceto o arco triunfal que é constituído por azulejaria polícroma do século XIX. Os painéis da nave retratam as obras de misericórdia espirituais e corporais e as da capela-mor episódios bíblicos do Antigo e Novo Testamento.”
"A paróquia e a Misericórdia de Evoramonte têm desenvolvido nos últimos 10 anos um vasto programa de conservação e restauro no património religioso local que importa valorizar e reconhecer. Estão ambas de parabéns. Evoramonte está mais rica”, concluiu.