A Santa Casa da Misericórdia de São Brás de Alportel quer tornar o Museu do Traje e, por consequência, o seu património acessível a todos. Para isso vão ser feitos, entre outros, melhoramentos nos acessos físicos e ao nível dos conteúdos informativos. O projeto, que já está a ser executado e conta com o apoio do Turismo de Portugal, foi apresentado publicamente no passado dia 3 de dezembro e prevê-se que esteja concluído em meados de 2020.
“Desde há muito tempo que temos esta preocupação de o Museu do Traje ser um museu para todos e agora tivemos a possibilidade de, através de um financiamento do Turismo de Portugal, concretizar esse objetivo”, começou por dizer ao VM Emanuel Sancho, diretor do Museu do Traje.
Segundo o diretor do museu, o projeto consiste em “fazer revisão e melhoramento das condições de acessibilidade do museu”, sendo que “o pensamento não está especificamente em criar condições para as pessoas que usam cadeiras de rodas ou para os cegos, a nossa preocupação é que tenhamos um museu para todos”, referiu.
Melhoramentos nos acessos com a colocação de rampas, a criação de áudio e vídeo guias sobre as exposições e espaços do museu disponíveis em quatro idiomas e em linguagem gestual que vão poder ser descarregados para o telemóvel, a produção de folhetos também em quatro idiomas e braille, a criação de uma parede tátil que conta a história e a evolução da cortiça, um jardim sensorial com plantas do mediterrâneo e réplicas em miniatura das charretes que estão em exposição no jardim do museu são, segundo Emanuel Sancho, algumas das novidades que vão tornar mais acessível o museu.
Para o diretor do museu, o conceito de acessibilidade “nos últimos anos, sofreu uma evolução muito grande”, não dizendo apenas respeito a determinados grupos. “Hoje toda a gente necessita de facilidade de acessibilidades, nomeadamente num texto que é demasiadamente erudito, há pessoas que não vão conseguir interpretar.” Por isso, referiu em conversa com o VM, o museu vai desconstruir o texto de forma a que fique mais claro para que toda a gente o entenda, por exemplo.
Este projeto, que se “prevê esteja pronto em meados de 2020”, conforme referiu o diretor do museu, conta com o financiamento em cerca de 95 mil euros por parte do Turismo de Portugal, através do Programa Valorizar – Linha de Apoio ao Turismo Acessível e visa ainda, segundo nota da Santa Casa, “enriquecer a área turística e patrimonial do concelho de São Brás de Alportel”.
O Museu do Traje da Misericórdia de São Brás de Alportel, que se assume como um ex-líbris cultural naquele concelho e em toda a região algarvia, tem exposições permanentes, onde predominam trajes típicos e atividades ligadas à cortiça e ao trabalho agrícola, e temporárias com temas variados. O espaço também dispõe de um jardim onde têm lugar espetáculos, feiras etc. Anualmente o museu recebe a visita de cerca de 40 mil pessoas.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves