“Neste momento, o telhado do salão nobre já está revestido com tela asfáltica e com telha nova, incluindo os anexos da igreja, com duas sacristias”, esclarece Maria de Lourdes Santiago, dando também conta dos trabalhos de substituição do mosaico antiaderente, cujo “desenho não era apropriado para aquele salão, um dos maiores entre as Misericórdias”. Ou seja, “o chão vai ser revestido com tijoleira artesanal”, por sugestão da equipa técnica do Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL).
Na primeira fase dos trabalhos, foram recuperadas a fachada e a torre sineira do templo. Por sua vez, no interior da igreja, o retábulo renascentista foi desmontado, fixado à parede testeira e recolocado. Segundo a provedora, “as obras de construção civil terminarão em outubro deste ano”. Os telhados estão a ser revistos e isolados. Seguidamente, proceder-se-á “ao arranjo dos soalhos do salão nobre e das áreas adjacentes”, bem como “à reinstalação do sistema de som e da parte elétrica”, informa, insistindo na necessidade de conseguir as verbas que não foram contempladas no orçamento original entregue ao FRDL. “Vou terminar a minha provedoria em dezembro de 2022 e não pretendo deixar dívidas para os que vierem”, comenta, gracejando: “Já me veem como pedinchona, mas estou a pedir para o bem de todos”
Muito interessada na “recuperação e manutenção do património móvel que resistiu às Invasões Francesas” e com uma nota de otimismo, Maria de Lourdes Santiago gostaria igualmente de criar, numa pequena sala disponível, um núcleo museológico, expondo algumas peças, como “um livro com músicas dos séculos XVII e XVIII, ainda por restaurar” e “uma casula em seda bordada e de outras três muito valiosas pelo trabalho artesanal de tear”.
Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos