“Grande prestação dos atletas lusos, com a conquista de duas medalhas de ouro e duas medalhas de bronze. Um dia cheio de emoções e nervos, mas com um grande final para a Seleção Nacional de Boccia”, lê-se na página da Paralisia Cerebral – Associação Nacional de Desporto (PCAND), em publicação de 30 de abril sobre a participação da comitiva portuguesa.
Para David Henriques, treinador que acompanha a atleta no CJPII desde 2010, esta vitória é partilhada por todos os que “trabalham e contribuem para o sucesso da Ana e da Celina” e resulta de um percurso marcado por conquistas, derrotas e adversidades. “A sorte procura-se e elas têm-se portado muito bem, têm trabalhado para estes resultados, apesar das condicionantes relacionadas com a pandemia que limitam a realização dos treinos”, comenta.
A nível nacional, David Henriques considera que estas vitórias permitem aumentar o reconhecimento dos atletas fora do universo do desporto adaptado, potenciando a “visibilidade da modalidade, motivação dos atletas e angariação de apoios”. “É importante sentirem que são reconhecidos e que fazem alguma coisa de útil para mostrar que se podem ter grandes resultados desportivos na área da deficiência”, ressalva.
Em 2021, Ana Sofia Costa estreou-se nos Jogos Paralímpicos, em Tóquio, como individual e em pares. Em termos de desafios internacionais, seguem-se a Taça do Mundo, na Póvoa de Varzim, em julho de 2022, o Campeonato do Mundo, em dezembro, no Brasil, e num horizonte mais longínquo, os Paralímpicos de 2024. Mesmo sem títulos, o seu lema, em todas as provas, é “lutar sempre, vencer às vezes, desistir nunca”.
A representar Portugal, na Taça do Mundo de Boccia Rio de Janeiro 2022, estiveram André Ramos e Rita Patrício, em BC1, Abílio Valente e Cristina Gonçalves, em BC2, Ana Sofia Costa, Avelino Andrade e José Abílio Gonçalves, em BC3, e Carla Oliveira, Manuel Cruz e Nuno Guerreiro, em BC4.
Fotografia: PCAND