O vídeo surge num esforço de “criar alguma interação entre os utentes e a comunidade, muito na tentativa de permitir que tenham relações intersociais”, conta a diretora técnica do CACI. Segundo Rita Moura, não é a primeira vez que se promove algo do género, uma vez que “é mais fácil ir pelas redes sociais” para chegar a um maior número de pessoas e aproveitam “os dias festivos para fazer uma atividade diferente”, tentando “que seja com ou para a comunidade”.
Apresentando uma série de premissas falsas sobre a deficiência, o vídeo mostra os utentes do CACI, um a um, a desmistificar essas ideias, num registo rápido e eficaz. “O sonho das pessoas com deficiência é serem curadas; pessoas com deficiência têm de ser tratadas como especiais; e pessoas com deficiência não podem tomar decisões sozinhas” são alguns exemplos.
A partir também de uma situação “desagradável” em que os utentes “sentiram o preconceito com as pessoas com deficiência”, a equipa do CACI mobilizou-se para transformar um dia que normalmente é associado a um “lado mais engraçado” para uma ação de sensibilização.
Daí, trabalhadores e utentes desta valência juntaram forças “para dizer coisas que realmente são importantes de ouvir”, diz Rita Moura, para explorar “as mentiras que ouvimos sobre pessoas com deficiência”. Reuniram-se, Rita explicou o conceito do vídeo e “cada um acabou por tirar uma aprendizagem de que nem tudo o que pensam de nós é verdade e não nos podemos limitar pelo que dizem e pensam de nós.”
Rita Moura fala sobre o “grupo espetacular” que está no CACI, “que alinha sempre nestas ideias” e permite aproveitar “sempre o máximo daquilo que eles conseguem fazer”. Não só em termos da capacidade de cada um, mas este aproveitamento passa também por conseguir comunicar “características específicas” de algumas pessoas através destas iniciativas.
Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira