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- Vila Nova da Barquinha | Novo equipamento para reforçar inclusão social
Esta resposta social, que promete fazer a diferença no apoio a pessoas com deficiência, está localizada na Rua Alfredo Farinha, na Moita do Norte, sendo que este equipamento é o resultado de uma parceria entre a Associação de Paralisia Cerebral de Vila Nova da Barquinha, a Santa Casa da Misericórdia local, a diocese de Santarém, o Instituto da Segurança Social e o município, que, juntos, concretizaram um investimento de 600 mil euros.
O lar, gerido pela Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, conta com dois espaços distintos: 12 camas em regime residencial e cinco camas destinadas a regimes de autonomia supervisionada. Este projeto, iniciado em 2016, foi cofinanciado pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), que assegurou 307 mil euros, com os restantes 300 mil euros provenientes do orçamento municipal, a par de apoios da comunidade e juntas de freguesia.
Durante a cerimónia, realizada a 21 de novembro, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) destacou o contributo histórico e contínuo das Misericórdias no apoio às populações mais vulneráveis. “As Misericórdias têm sido, ao longo dos séculos, pilares da solidariedade, respondendo às necessidades mais urgentes e complexas da sociedade, e este lar é mais um exemplo disso”, afirmou.
Manuel de Lemos realçou a relevância do lar residencial como uma “resposta superior” para pessoas com deficiência, classificando-o como um exemplo de inclusão e dignidade. “Cada unidade deste tipo que inauguramos é um marco, porque cuida dos mais frágeis, assumindo uma das missões mais desafiantes e gratificantes das Misericórdias”, afirmou.
O presidente da UMP destacou ainda importância de enfrentar os desafios atuais com determinação e cooperação. “Hoje, as exigências colocadas às Misericórdias são cada vez mais diversificadas e complexas. Não as encaramos como problemas, mas como oportunidades para crescer e valorizar o nosso trabalho, sempre centrados nos valores da confiança, da ética e da promoção do bem-estar”, referiu.
Neste âmbito, reforçou o papel crucial das parcerias na concretização de projetos como as ‘Casas Moinho de Vento’ e elogiou a colaboração entre a Misericórdia local, o município e o Instituto da Segurança Social. “As respostas sociais que hoje inauguramos demonstram como a união entre entidades públicas e privadas pode transformar realidades, oferecendo dignidade e inclusão a quem mais precisa.”
Para concluir, Manuel de Lemos formulou votos para o futuro: “Que estas respostas sejam um símbolo de inspiração e transformação. Que aqui se descubram talentos e se celebrem histórias de superação, porque é isso que nos move: o cuidado e a dignidade dos mais frágeis.”
Paula Carloto, diretora do Centro Distrital de Santarém do Instituto da Segurança Social, descreveu as ‘Casas Moinho de Vento’ como um exemplo do que melhor se pode fazer em termos de resposta social: “Este equipamento representa uma aposta clara na inclusão, com uma componente inovadora que é a residência de autonomização”, afirmou.
A responsável destacou o esforço da Segurança Social em criar mais respostas semelhantes no distrito, enfatizando a importância de parcerias entre IPSS, municípios e a própria instituição que dirige.
Já Hélder Brito, provedor da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, considerou a inauguração do equipamento um marco para a região, sublinhando que se trata de “um antigo anseio da comunidade”. Além disso, recordou um outro projeto de parceria da instituição: uma unidade de cuidados continuados com capacidade para 90 camas, em parceria com a Misericórdia de Tomar.
A Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, que vai contratar 16 funcionários para o novo equipamento, tem hoje um total de 85 trabalhadores que prestam serviço em estrutura residencial para pessoas idosas, apoio domiciliário, creche, centro de dia, e lar para crianças e jovens em risco.
Presente na sessão, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Freire, fez questão de sublinhar o papel das Misericórdias na história social e religiosa do concelho, recordando as extintas Misericórdias de Tancos e da Atalaia, ambas criadas no século XVI. Citando Fernando Pessoa, afirmou: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, enaltecendo o trabalho conjunto das entidades envolvidas.
O autarca destacou ainda o impacto das Misericórdias no apoio aos mais vulneráveis, desde idosos até crianças em risco. “Hoje aqui, acolhe-se mais um desafio social. Esta resposta para pessoas com deficiência é a continuidade de um caminho de misericórdia e inclusão que define o nosso território”, concluiu.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes