A grande mais-valia deste modelo é a prestação dos cuidados de saúde personalizados aos idosos que residem nos lares, sem expor os utentes aos diversos riscos associados ao seu internamento hospitalar. Por outro, a hospitalização domiciliária destes utentes liberta a pressão assistencial dos serviços de urgência e do internamento hospitalar da instituição, otimizando recursos para poder aumentar a atividade cirúrgica. Também na componente de internamento em enfermaria hospitalar, haverá maior eficiência, com mais camas disponíveis para doentes agudos.
No âmbito deste protocolo, sempre que um utente idoso do lar da Misericórdia de Abrantes tiver uma alteração do seu estado de saúde, a equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do CHMT vai ser a primeira linha de resposta de cuidados de saúde e não o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica de Abrantes. Se estiver em causa doença aguda ou risco de vida iminente, mantém-se a referenciação para o atendimento do Serviço de Urgência através da rede de emergência pré-hospitalar.
Sempre que é identificado um problema de saúde com um dos utentes, o médico ou enfermeiro da instituição reporta-o diretamente para a linha de atendimento permanente da UHD do CHMT, solicitando a avaliação do doente por parte desta equipa.
Se essa avaliação cumpre todos os critérios de admissão em regime de Hospitalização Domiciliária, o idoso passa a ser utente do CHMT, passando a ter a visita diária da equipa médica e de enfermagem do hospital. Aos fins de semana e feriados, a equipa da UHD do CHMT encontra-se de prevenção a partir da Unidade de Abrantes, mas está sempre contactável, através de uma linha de telefone dedicada, permanentemente ligada, 24 horas por dia.
Fátima Pimenta, diretora do Serviço de Medicina Interna do CHMT e coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do CHMT, explica a mecânica deste protocolo: "Os cuidados médicos que vamos prestar no lar são idênticos aos que prestaríamos numa enfermaria de hospital, mas com maior proximidade e com toda ou mais segurança associada, já que na urgência de um hospital há um grande risco de infeções e qualquer idoso encara estes ambientes como hostis, havendo quadros de desorientação, maiores riscos de quedas, entre outros. Em quatro anos de hospitalização domiciliária do CHMT só temos a reportar elogios e nenhuma queixa", refere a clínica, com satisfação no trabalho desenvolvido.
"Na hospitalização domiciliária, o idoso mantém-se no seu ambiente e a equipa médica e de enfermagem está mais presente. São cuidados de proximidade centrados no doente. Se o doente precisa de fazer análises, a equipa da UHD faz a colheita – não precisa de ir ao hospital. Se é preciso realizar determinado exame no hospital, ou ser avaliado por uma especialidade, o CHMT trata do transporte e acompanhamento de ida e de volta. É inegável a mais-valia para todos", conclui Fátima Pimenta.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, João Manuel Pombo, manifestou o seu agradecimento e orgulho por esta entidade ser a primeira a estabelecer este tipo de parceria com o CHMT: "O nosso objetivo é criarmos condições para que todos os nossos utentes se sintam como se estivessem em casa. Tudo o que seja para melhorar a vida dos nossos idosos estamos disponíveis para colaborar e deixamos o nosso agradecimento ao CHMT para nos desafiar para esta parceria". O projeto vai ser alargado a mais concelhos do Médio Tejo e foi já apresentado às Misericórdias de Mação e Sardoal.