Esta unidade irá receber, em regime de internamento, os doentes com alta clínica dos hospitais de Viana do Castelo e Ponte de Lima que sejam residentes no concelho e localidades próximas. A nova unidade de retaguarda (UR), que abre com capacidade para 16 utentes – com projeto para expandir a breve trecho e adicionar mais 16 - utiliza o espaço do 2º piso do centro de saúde de Arcos de Valdevez, que funcionou como enfermaria e unidade de convalescença há mais de 11 anos, entretanto encerrado.
O município arcuense realizará as obras necessárias ao normal funcionamento desta unidade, em articulação com a ULSAM, que assegurará os respetivos encargos, cabendo, no âmbito deste protocolo, à Misericórdia de Arcos de Valdevez a prestação de cuidados de saúde, alimentação e gestão.
“O objetivo é efetuar acolhimento de utentes internados que estejam a aguardar referenciação para as unidades de cuidados continuados. As 16 camas que vão agora ser disponibilizadas visam libertar camas do hospital [de Viana do Castelo e Ponte de Lima]. A Misericórdia de Arcos de Valdevez tem a responsabilidade de gerir a unidade, disponibilizando recursos humanos, nomeadamente ao nível médico, de enfermagem, fisioterapia, assistente social, auxiliares de ação médica, serviços gerais e alimentação. Todos estes serviços são disponibilizados em articulação com a equipa de gestão de camas do Hospital de Viana do Castelo”, explicou o provedor, Francisco Araújo, a este jornal.
A gestão de vagas e ocupação desta UR é feita pela unidade de gestão de camas do hospital distrital e, embora em termos práticos o funcionamento seja “similar” ao das unidades de cuidados continuados, o carácter temporário não prevê prazos mínimos nem máximos, cabendo à equipa de gestão de altas (EGA) e à de gestão de camas a forma de melhor aproveitar este recurso.
“A EGA é que faz essa gestão, direcionando os utentes. Ou vão para casa ou são referenciados para a rede. No caso concreto, esta equipa de gestão de altas não articula connosco, mas com a equipa de gestão de camas”, esclarece ainda Francisco Araújo.
O aumento do número de camas, das atuais 16 para 32, dependerá da execução de obras de ampliação da unidade, que atualmente tem uma intervenção em curso para melhoramento das condições de funcionamento das unidades de saúde familiar. A intervenção de aumento poderá acontecer numa terceira fase.
A Misericórdia arcuense gere atualmente 93 camas em unidade de cuidados continuados, em espaços próprios. “Esta parceria é boa para o melhor desempenho do hospital e se nós podemos colaborar, se temos condições de colaborar estabelecendo esta parceria, obviamente que a Misericórdia está disponível para ajudar onde podemos ser um parceiro que acrescente valor”, notou o provedor.
Este protocolo implicará, em funcionamento pleno, uma equipa de 25 a 30 pessoas, composta por enfermeiros, médico e auxiliares de ação médica. Uma alocação de recursos que Francisco Araújo diz ser possível face à diária estipulada, em consonância com as unidades de convalescença, mas que só permitirá estabilidade financeira com mais de 30 camas.
“Os utentes não pagam nada, contudo o valor da diária é igual ao de uma unidade de convalescença, 115 euros. Relativamente a uma cama hospitalar é muito mais barato. No que diz respeito à Misericórdia, é um valor que, não sendo alto, dá para corresponder. O ideal seria que tivesse 30 camas, permitindo gerar economia ao nível do serviço, porque quanto mais pequena for a unidade, mais onerosa é”, observa o provedor.
Voz das Misericórdias, João Martinho