A Santa Casa da Misericórdia de Esposende inaugurou no passado dia 6 de abril as obras de requalificação do Hospital Valentim Ribeiro, que incluíram a melhoria e ampliação de todos os espaços de consulta externa e atendimento médico permanente. O investimento rondou os 700 mil euros e teve como principal parceiro a Câmara Municipal de Esposende, que comparticipou cerca de 15% do total, perto dos 100 mil euros. Para além do presidente do executivo municipal, Benjamim Pereira, a solenidade também foi prestigiada pelo presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, que reconheceu o esforço realizado por aquela Santa Casa e a sua visão de futuro na área da saúde.
Depois do descerrar da placa alusiva à obra e de uma ronda onde foram apresentadas a todos os presentes as novas instalações, a provedora Emília Vilarinho quis destacar que as melhorias serão fundamentais para um maior conforto não só dos utentes, mas também de todos os trabalhadores do hospital.
A seu ver, poder concentrar todas as especialidades de consulta externa num único espaço, antes dispersas por diferentes espaços e pisos do edifício, foi uma das principais melhorias alcançadas. “Mas não vamos ficar por este objetivo”, garantiu. “O futuro nos traz muitos desafios, mas aumentar o bloco operatório e criar uma sala de cirurgia de ambulatório é algo que queremos implementar a curto prazo, assim como a construção de uma unidade de medicina física de reabilitação”. Ainda segundo a provedora, a Misericórdia vai “numa etapa seguinte, constituir a criação de um centro integrado de reabilitação e apoio para pessoas idosas com demências”, elevando a um alto patamar as expectativas pelos próximos passos a serem tomados.
Por sua vez, Manuel de Lemos destacou o papel que as Misericórdias desempenham a nível nacional na área da saúde. “O trabalho desta Santa Casa é a prova de que as Misericórdias são fundamentais para que os portugueses tenham uma saúde digna e melhor. Não se pode reduzir o sistema de saúde do país a um único prestador. Portugal deve ter um serviço nacional de saúde que acolha os prestadores dos setores público, privado e o social. Pela nossa parte, somos complementares, mas para ficar, não para futuramente descartar e esta inauguração prova que a Santa Casa da Misericórdia de Esposende está aqui para ficar”.
Já Benjamim Pereira sublinhou que o apoio dado pela Câmara é justo e necessário, pois as obras representarão “um melhoramento do atendimento aos esposendenses e um contributo para satisfazer a uma necessidade básica, que é o acesso aos cuidados médicos”. O autarca elogiou também a definição de prioridades estratégicas de gestão por parte da Misericórdia.
Mas a parceria entre a Câmara e a Misericórdia de Esposende é já antiga e Benjamim Pereira quis lembrar alguns destes momentos onde o poder público local esteve ao lado da Misericórdia, como na realização do “Musicórdia”, um projeto de intervenção cultural; na comparticipação das obras de requalificação da igreja da Misericórdia; nas obras de ampliação da creche e jardim-de-infância e nas verbas disponibilizadas para a alimentação escolar. Além dos apoios financeiros, a Câmara também tem disponibilizado uma série de serviços técnicos.
A família do fundador do hospital, Valentim Ribeiro, também esteve representada. Coube a Joaquim Valentim da Fonseca, o seu trineto mais novo, intervir e agradecer, deixando explícito o orgulho pela atual unidade de saúde, que considera ser de excelência. “O apelo de Valentim Ribeiro feito na inauguração deste hospital, para que toda a sociedade de Esposende contribuísse na medida das posses e forças individuais para a realização desta obra de benemerência, foi transmitido de geração em geração até aos nossos dias e foi ouvido pelos que hoje estão aqui presentes”, destacou.
Voz das Misericórdias, Alexandre Rocha