A Santa Casa da Misericórdia de Estremoz inaugurou, no dia 13 de maio, a sua unidade de cuidados continuados (UCC), resultante de um investimento de cerca de 3,5 milhões de euros, com recursos a fundos europeus no âmbito do Portugal 2020. A cerimónia de inauguração contou com a presença de várias entidades civis e militares, entre elas o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos.

Miguel Raimundo, provedor desde 2011, referiu, na sua intervenção, que esta unidade marca o regresso da Misericórdia de Estremoz à área da saúde. Segundo aquele responsável, o processo de construção da UCC enfrentou, ao longo da sua trajetória, momentos particularmente difíceis, como a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, que levaram a uma escalada de preços no setor da construção civil. Ainda assim, realçou Miguel Raimundo, “tudo ultrapassámos, sorrindo para as dificuldades que foram surgindo”.

A nova unidade foi inaugurada pelo presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), para quem os cuidados continuados são “essenciais e determinantes na resposta que é necessário dar aos portugueses”.

“É prestado um serviço inexcedível e de proximidade”, referiu Manuel de Lemos, destacando ainda que, apesar do crescimento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, “muito há ainda por fazer” nesta área. Na sua intervenção, o presidente aludiu à questão da sustentabilidade financeira das instituições, salientando que é importante comparticipar as UCC de acordo “com os valores que elas realmente custam”.

Sobre a nova unidade da Misericórdia de Estremoz, Manuel de Lemos afirmou que “hoje é um momento muito feliz porque podemos cuidar de pessoas, dos que mais necessitam e, ao mesmo tempo, dinamiza a economia local”.

Também presente na inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Estremoz enalteceu a determinação e resiliência da Misericórdia de Estremoz, que nunca desistiu deste equipamento. Para José Daniel Sadio, a nova unidade, que está a funcionar desde 18 de março, é um exemplo de que “sonhar vale a pena”, especialmente para “ajudar os outros, dando-lhes qualidade de vida”.

A unidade de longa duração e manutenção tem capacidade para 30 utentes, acolhendo atualmente a quase totalidade de pessoas para a qual está dimensionada, e gerou a criação de mais de 20 postos de trabalho. O equipamento resultou da construção de um edifício de dois pisos, num terreno da instituição, situado no centro da cidade.

 

HOMENAGEM A ANTIGOS DIRIGENTES

A inauguração da unidade de cuidados continuados da Misericórdia de Estremoz ficou igualmente marcada pela homenagem a dois antigos dirigentes, pela dedicação à Santa Casa: João Luís Peças, que durante 30 anos exerceu funções executivas na Mesa Administrativa, e Augusto Solas, tesoureiro ao longo de 25 anos. Para Miguel Raimundo, este agradecimento público justifica-se “pela dedicação e empenho destes dois homens, cujas funções foram desempenhadas sempre de forma meritória”.

Em declarações ao VM, João Luís Peças e Augusto Solas recordaram com saudade o tempo que dedicaram à Misericórdia de Estremoz, lembrando que o espírito de misericórdia permanece nas suas vidas.

Voz das Misericórdias, Ana Rocha