Na abertura da sessão, o provedor da Santa Casa da Misericórdia arcuense, Francisco Araújo, afirmou ser “uma honra poder estar envolvido neste projeto”, pois tem “potencial para melhorar a qualidade dos serviços” das estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI). O objetivo é que a instituição “seja forte e sólida e com um serviço de qualidade”, que só “é possível com estas parcerias”, reforçou.
Este é um projeto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e na apresentação da nova parceria, Luís Goes Pinheiro, presidente do Conselho de Administração dos SPMS, começou por salientar o “legado” da pandemia que passa “por uma relação diferente com a tecnologia”.
“Hoje em dia é normal receitas por SMS, uma teleconsulta ou até falar com um boot do SNS24”, afirmou Luís Goes Pinheiro, reconhecendo que este “é um projeto ambicioso para satisfazer as necessidades das pessoas”.
A inclusão destes balcões em ERPI ou outras estruturas para pessoas em situação de dependência tem como “objetivo que ninguém fique para trás e este projeto é para isso mesmo, que aqueles que têm mais dificuldades com a tecnologia não fiquem para trás”.
A sessão de apresentação contou igualmente com Manuel de Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, que começou por “agradecer à Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez por receber esta sessão”. O responsável considerou ainda que este “é um momento importante porque acelera de forma fundamental a necessidade de articulação entre os Ministérios da Saúde e da Segurança Social”.
Sobre o projeto, o presidente do Secretariado Nacional da UMP destacou que tem “um potencial brutal que se traduz na satisfação do utente.”. Além disso, “para quem cuida, traz maior segurança e comodidade”. Trata-se de “um dia alegre e importante que vai marcar os próximos anos e meses”, concluiu Manuel de Lemos.
Ricardo Mestre, secretário de Estado da Saúde, salientou a importância de “ter o Serviço Nacional de Saúde dentro das estruturas sociais” e que este “trabalho de cooperação envolve muitas entidades.”. O governante explicou que “estes balcões já estão em outros locais e hoje é alargado a este setor social e solidário”.
Para classificar o projeto, Ricardo Mestre apontou as palavras “integração, digital e acesso”. A integração, pois “cada vez mais é necessário encontrar soluções centradas nas pessoas e tem de ser uma solução articulada entre várias entidades”, tal como neste caso. Em relação ao digital, o secretário de Estado afirmou que “foi um impacto da pandemia, o usar a tecnologia como um instrumento para responder melhor às pessoas” e este projeto “coloca a tecnologia em proximidade com as pessoas”. Em jeito de exemplo, destacou “serviços administrativos, teleconsultas, receitas e pedido de análises” que podem ser feitos nestes balcões, evitando “assim deslocações desnecessárias”.
Ricardo Mestre afirmou ainda que “esta resposta é voluntária e tem a missão de aproximar os serviços de saúde ao local onde as pessoas estão”. O governante desvendou ainda outro projeto “que deverá ser lançado em breve” que passa por uma “linha SNS24, capaz de fornecer consultas e totalmente dedicada ao setor social”.
Por fim, Ana Sofia Antunes assumiu que “a necessidade de dar resposta às pessoas ainda é muito grande”, destacando ainda que estas “parcerias não ficam por aqui” e até “2026 vamos chegar mais longe”. A secretária de Estado adiantou que o objetivo é abranger todas as estruturas residenciais para pessoas idosas, que são cerca de 3000 no país, os lares de residência para pessoas com deficiência (cerca de 300) e todas as unidades de cuidados continuados integrados (cerca de 700).
Para concretização deste plano, foi assinado, durante a sessão de apresentação, o protocolo de colaboração com as entidades do setor social e solidário envolvidas neste projeto: União das Misericórdias Portuguesas, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, União das Mutualidades Portuguesas e Confederação Cooperativa Portuguesa, além dos Ministérios da Saúde (MS) e da Segurança Social.
Segundo comunicado do MS, esta iniciativa permite dar um novo passo neste conceito, ao direcionar serviços de saúde para uma população vulnerável, através de uma rede representativa, estruturada e disseminada pelo país.
Para assegurar que a implementação é efetiva e consistente, o projeto será aplicado de forma faseada e progressiva, numa primeira fase, nas ERPI e nas unidades de cuidados continuados que pertençam às áreas de influência de Unidades Locais de Saúde (ULS), prevendo-se o alargamento às restantes respostas sociais numa fase posterior.
Joana Duarte, Voz das Misericórdias