Quando questionado sobre uma eventual participação das Misericórdias na iniciativa, Manuel de Lemos mostrou-se “completamente disponível para colaborar na implementação deste modelo que, ao tirar as pessoas de casa, quebra a solidão, valoriza a sua sabedoria e histórias de vida”. No decorrer do debate, acrescentou ainda que este tipo de ação, “ao gerar bem-estar e saúde, pode diminuir a sobrecarga do sistema hospitalar”.
Em representação da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, o médico Vasco Fonseca destacou as mais-valias deste tipo de iniciativas com grupos específicos da sociedade, como idosos, pessoas com doença mental ou idosos com cancro, com quem trabalha mais de perto.
Para assegurar a implementação no terreno, Paulo Pires, da CCDR-LVT, considera necessário apostar em “maior literacia em saúde e sensibilização pública, o apoio da criação de evidência científica, capacitação de profissionais de saúde e mapeamento dos recursos da comunidade”.
No final do debate, a moderadora deixou um repto aos promotores da rede: “Não deixem de fora as estruturas residenciais para idosos, as pessoas que lá residem têm atividades de animação, mas precisam de sair. E sabemos que pela falta de recursos humanos, é muito difícil levar as pessoas para fora do lar”.
Neste momento, há mais de 10 projetos de prescrição social em curso nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, no Alentejo, no Algarve e no Norte, que beneficiaram mais de 800 pessoas e referenciaram mais de 1500, adiantou ao jornal Público a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, Sónia Dias, destacando, entre os benefícios, a “redução do isolamento social, da ansiedade e de alguns sintomas depressivos, maior sentimento de pertença, utilização mais adequada dos serviços de saúde”, entre outros.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas