Maria Amélia Ferreira, provedora da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses, professora catedrática aposentada da FMUP e vogal do Secretariado Nacional da UMP, foi uma das convidadas presentes do seminário.
Em 2019, o VM conhecia o projeto ‘Memorizar’, resultado de uma candidatura com resposta favorável da Misericórdia de Vagos ao POISE. Seis anos volvidos, o ‘Memorizar’ mantém a sua génese: continua gratuito, destinado a pessoas com demência que residam no concelho de Vagos, seus cuidadores e comunidade em geral.
À margem do seminário, Paulo Gravato, provedor da Santa Casa de Vagos, recordou ao VM que, com o fim do financiamento, não baixaram os braços. “O nosso projeto distingue-se por ter uma componente de apoio domiciliário prestada por médicos. Temos uma equipa de técnicos que se desloca a casa das pessoas. O projeto arrancou e, ao fim de três anos, acabou. Achámos que não podíamos perder a oportunidade de dar continuidade”.
Por isso, o ‘Memorizar’ continua e atualmente são cerca de 40 as pessoas apoiadas, agora numa parceria com a autarquia local. Para celebrar todas as conquistas e reforçar a temática das demências, que está na ordem do dia, o seminário desenvolvido contou com especialistas de excelência que intervieram perante uma plateia repleta.
Construir um centro de dia para “libertar os cuidadores” é um objetivo futuro, mas que carece de financiamento. “O problema do nosso centro de dia é que não há orçamento para ele. É uma obra que ascende a um milhão de euros e não há possibilidade de financiamento, nem no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nem no Portugal 2030. Neste momento a Segurança Social não tem nenhuma valência de apoio a este problema das demências”, lamentou Paulo Gravato.
Com a nomeação de Manuel Caldas de Almeida, provedor da Misericórdia de Mora e antigo vice-presidente da UMP, como coordenador da comissão executiva do Plano Nacional de Saúde para as Demências, o provedor vê renascer alguma esperança: “É uma pessoa cheia de experiência. Vamos lá ver se agora conseguimos ter alguma visibilidade e se conseguimos andar com estes projetos em frente”.
Voz das Misericórdias, Vera Campos